Nissin leva fábrica para a Região Nordeste

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Crescimento das vendas leva a Nissin à Região Nordeste



O crescimento de dois dígitos do mercado de macarrão instantâneo no nordeste atraiu a atenção dos executivos da japonesa Nissin-Ajinomoto Alimentos para a região. Em 2005 foram iniciadas as conversas com o governo de Pernambuco para avaliar a possibilidade de erguer a segunda fábrica da companhia no Brasil e sua primeira no nordeste. Sete anos depois, com a capacidade de produção da unidade de Ibiúna (SP) no topo, investiram R$ 46 milhões na construção de uma indústria no Município de Glória do Goitá, no Agreste do estado.

Dona da marca Miojo, a Nissin-Ajinomoto lidera o mercado nacional de macarrão instantâneo, com 60% de participação. No nordeste, onde enfrenta concorrência de rótulos regionais, essa fatia é menor (50%), embora mantenha a liderança. Na região, o consumo anual cresce 15%, enquanto a média brasileira é de 5%. O CEO da companhia, Koki Ando, explica que a fábrica local vai diminuir os custos logísticos e reduzir o tempo de entrega do produto ao distribuidor. "A demora era de uma semana para vir de São Paulo, agora será de dois dias", diz.

A nova fábrica vai abastecer as Regiões Norte e Nordeste. Como o macarrão instantâneo é um produto de baixo valor agregado, a redução do frete é decisiva na competitividade do preço final. É isso que faz concorrentes como M.Dias Branco, dona de várias fábricas na região, a exibir preços melhores nas gôndolas para a marca Vitarella.

Questionado porque a escolha de um município do interior, o vice-presidente da Nissin, Makoto Wanabe, explica que foi por um conjunto de fatores, que inclui benefícios fiscais e doação do terreno para implantação da indústria. Fora da Região Metropolitana do Recife o Programa de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Prodepe) oferece 85% de rebatimento do ICMS.

A inauguração da fábrica, na última semana, contou com a presença de todo o staff japonês da Nissin- Ajinomoto, que fez questão de cumprir rituais orientais durante a solenidade. De luvas brancas e com tesouras douradas cortaram a fita. Depois plantaram cinco baobás (árvore que representa longevidade e crescimento sólido). Por fim realizaram a secular cerimônia do Kagami-biraki. Vestidas de quimono e usando martelinhos de madeira, as autoridades quebraram as tampas de dois barris de saquê e brindaram com a bebida. Tudo para garantir sorte e prosperidade ao empreendimento.

O Miojo começou a ser produzido no Brasil em 1965 no bairro de Água Rasa, em São Paulo. A Nissin-Ajinomoto foi criada em 1983, resultado da fusão entre a Nissin Foods Products (especializada em massas) e a Ajinomoto (em sabores). A primeira fábrica inaugurada após a fusão foi construída em Ibiúna (SP).

"Apesar das diferenças culturais, o macarrão instantâneo foi bem aceito no Brasil e o país já ocupa o 10º lugar no ranking dos maiores consumidores mundiais, com dois bilhões de pacotes por ano. O consumo dobrou nos últimos 10 anos e o nordeste passou São Paulo como nosso principal mercado", destaca Koki Ando, que também preside a Associação Mundial de Macarrão Instantâneo. A Coreia do Sul é o maior consumidor, com 72 unidades por habitante ano, seguida pela Indonésia (62), Vietnã (54) e Japão (41).

A fábrica de Glória do Goitá conta com duas linhas de produção, mas poderá ser ampliada para seis, dependendo do crescimento da demanda. Por questões estratégicas, os executivos japoneses não quiseram informar a capacidade de produção da unidade.

A produção de um Miojo é quase tão rápida quanto seu preparo de três minutos. Do corte da massa até o produto ser embalado são apenas sete minutos. Uma curiosidade é que o macarrão passa por um processo de cozimento e depois é frito em óleo de palma. Cada linha de produção prepara 600 pacotes por minuto.

O Miojo foi criado em 1948 na cozinha industrial do taiwanês Mamofuko Ando, pai do CEO da Nissin. A ideia surgiu logo após a Segunda Guerra Mundial. Ele queria idealizar um alimento nutritivo e de fácil preparo, pensando na população que enfrentava horas em filas para comprar alimentos e ainda tinham que preparar quando chegavam a casa. A invenção ganhou o mundo.

Para a pequena Glória do Goitá, a chegada da Nissin simboliza o desenvolvimento industrial do município. "A cidade vive da atividade rural, com a produção de hortaliças. Os jovens precisavam deixar sua terra natal em busca de emprego em outros lugares", diz o prefeito Djalma Paes. A Nissin abriu 202 postos de trabalho e estimulou a instalação de outras indústrias. "A atração da Nissin é parte do projeto do governo de Pernambuco de interiorizar o desenvolvimento, evitando a concentração de empreendimentos na região de Suape e no Grande Recife", conclui o governador em exercício, João Lyra Neto.



Veículo: DCI


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