Após Black Friday, entidades como Idec, Instituto Alana e Instituto Akatu desafiam consumidores a passar 24 horas sem gastar
Você consegue ficar um dia inteiro sem comprar? Esse é o desafio lançado nas redes sociais por organizações de defesa dos direitos do consumidor para este sábado, 24 de novembro, quando se comemora o Dia Sem Comprar (Buy Nothing Day, em inglês), no dia seguinte às liquidações da Black Friday.
A data, reconhecida internacionalmente, foi criada em 1993 pela organização canadense Adbusters. O objetivo do movimento é promover a reflexão sobre os excessos, chamando a atenção para a necessidade de se adotar o consumo consciente no dia a dia.
“A gente sabe que vive numa sociedade de consumo (...) mas a ideia desse dia é desafiar a si próprio, a sua família e seus amigos a se desligarem do consumismo e se conectarem com a vida”, diz o texto de divulgação da campanha no Facebook.
O Dia Sem Comprar mobiliza pessoas em países como França, Finlândia, Japão e Suíça. Nos EUA e no Canadá é comemorado no Dia de Ação de Graças e nos demais, sempre no último sábado de novembro. No Brasil, o movimento chegou com mais força em 2011 e, este ano, conta com o apoio de entidades como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Instituto Akatu e Instituto Alana.
— Essas datas são importantes porque conseguimos, nesses momentos, alcançar um número maior de pessoas. E constatamos que isso está acontecendo por meio das redes sociais. Creio que o movimento pode sensibilizar os consumidores para que evitem, por exemplo, comprar de empresas que utilizam trabalho escravo ou infantil, que se utiliza de práticas pouco éticas. A ideia é levar as pessoas a refletir sobre os impactos sociais e ambientais dos nossos hábitos de consumo.— diz João Paulo Amaral, pesquisador do Idec.
Segundo ele, os consumidores poderão comprovar sua participação no desafio enviando para o site do Idec suas experiências no Dia Sem Comprar. Nos sites dos institutos Alana e Akatu é possível encontrar sugestões de atividades que podem ser praticadas sem que seja preciso recorrer a dinheiro ou cartões de crédito.
— Para quem costuma passar o sábado no shopping, na lanchonete de fast-food, sugerimos que reúna os amigos para um piquenique ou faça uma feira de troca de brinquedos, por exemplo — destaca Amaral.
Os organizadores do movimento também propõem que as pessoas questionem produtos, desafiem companhias a atuar de forma ética, “além de apoiar a reflexão acerca do verdadeiro significado do Natal, celebração anual fortemente marcada pelo consumismo.”
Veículo: O Globo - RJ