'Black Friday' provoca reclamações de consumidores insatisfeitos com preços
Lojas dizem que suas promoções são reais; vendas nas primeiras 12 horas de ontem superaram as de 2011
A "Black Friday" brasileira, cópia do evento americano que reúne liquidações de lojas virtuais e algumas físicas, provocou ontem uma onda de reclamações de consumidores nas redes sociais.
As principais manifestações eram sobre os preços, que, segundo os consumidores, não traziam os prometidos descontos de até 75%.
Também houve reclamações sobre dificuldades para acesso aos sites das empresas e do evento. No início da tarde de ontem, a própria organizadora do evento, a Busca Descontos, bloqueou 500 ofertas no portal devido a reclamações sobre supostas falsas promoções.
A empresa, contudo, não divulga a quantidade total de ofertas nem a lista de empresas envolvidas.
"Esses contratempos prejudicam muito o crescimento da 'Black Friday' no Brasil", considera Pedro Eugênio, CEO do Busca Descontos.
O Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) recebeu 40 reclamações, índice considerado alto para um único dia, e notificou Extra (lojas físicas e virtual), Ponto Frio, Submarino, Americanas.com, Walmart, Saraiva e Fast Shop, exigindo das empresas uma resposta até sexta-feira, dia 30.
Segundo o órgão, os consumidores relataram indícios de que as lojas estavam "maquiando" os preços dos produtos, aumentando o valor deles antes do evento para depois baixá-los.
"A primeira coisa que o consumidor deve fazer é denunciar", aconselha Renan Ferraciolli, assessor-chefe do Procon-SP.
OUTRO LADO
Em nota, o Ponto Frio virtual e o Extra (lojas físicas e virtual) dizem que as ofertas divulgadas são legítimas e estão sendo praticadas conforme anunciadas, sem nenhuma manipulação de valores.
A Americanas.com e o Submarino informam que apresentarão a documentação solicitada no prazo e que os preços praticados ontem eram promocionais e criados especialmente para o evento.
A Saraiva optou por não se manifestar porque não foi notificada oficialmente. O Walmart afirma que não recebeu nenhuma reclamação dos consumidores.
A Fast Shop disse que entregará a documentação que comprova os descontos questionados.
Apesar dos contratempos, levantamento feito pelos organizadores e pela empresa ClearSale, de autenticação, mostra que as vendas nas primeiras 12 horas de ontem superaram as 24 horas de 2011.
Veículo: Folha de S.Paulo