Principais destinos são Alemanha e China, onde a presença desses empresários cresceu 75% em evento de alimentos e bebidas
Não é só para fazer turismo e compras que os brasileiros têm viajado para fora do país. Interessados em negociar diretamente com fornecedores estrangeiros e em conhecer as tendências do mercado internacional, é cada vez maior o número de brasileiros que participa de feiras de negócios no exterior.
Embora ainda não figurem no ranking dos países mais presentes nesses eventos, que em geral é encabeçado pelos europeus, a presença de brasileiros tem se ampliado em diversas áreas.
Na Sial China, maior feira de alimentos e bebidas da Ásia, a participação de brasileiros teve aumento de 75% na última edição em relação ao evento no ano anterior -16 para 28. Na Cebit 2012, principal exposição mundial de telecomunicações e tecnologia da informação que acontece em Hannover, na Alemanha, havia 20% mais executivos e empresários do Brasil do que no ano passado (610 ante 510). Já entre as duas últimas edições da Bauma -feira em Munique, na Alemanha, especializada em equipamentos para construção-, o número de brasileiros quase dobrou, de 1.074 para 2.115.
O consultor de importações paulistano Christian Toyomoto, 31, já visitou quatro vezes a Canton Fair, na China. A feira de importação e exportação é realizada desde 1957, duas vezes por ano, na cidade de Guangzhou.
"É preciso planejamento e disposição para participar", diz Tomoyoto. "A viagem dura 30 horas e há centenas de expositores. Costumo andar cerca de oito horas por dia."
Para ele, as vantagens de visitar a feira são o contato com os fornecedores, a grande oferta de produtos no mesmo local, os preços baixos e a possibilidade de atestar, pessoalmente, a qualidade do que pretende importar.
ALEMANHA E CHINA
Nos últimos dois anos, a Trend, agência de turismo especializada em eventos de negócios, registrou um crescimento de 25% em viagens para feiras internacionais.
Segundo Jane Mendes, do departamento de feiras da operadora, os principais destinos dos brasileiros são a Alemanha e a China. Os segmentos de negócios em alta entre os executivos são o de alimentos e bebidas, o do agronegócio, o da construção civil e o de cosméticos.
A Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) tem programas de apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras.
O objetivo é oferecer aos interessados em exportar seus produtos a oportunidade de encontrar o público internacional especializado. A agência custeia parcialmente os gastos com aluguel e montagem dos estandes, produção de material de divulgação e assessoria de imprensa.
No Rio Grande do Sul, o Sebrae faz chamadas públicas para micro e pequenas empresas que queiram participar de feiras internacionais. Os empresários selecionados têm apoio financeiro de 50% no pacote de viagem.
"Há um aumento no número de interessados, o que causa até certo problema, pois nosso orçamento é limitado", destaca Vitor Augusto Koch, presidente do conselho deliberativo da entidade, que levou 75 empresários neste ano para feiras no exterior.
Veícul: Folha de S.Paulo