Hortifruti prevê forte expansão em SP

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Vinte e três anos depois de nascer em Colatina no interior do Espírito Santo, o grupo Hortifruti concretiza uma ideia que vinha sendo gestada há quase três anos. A varejista especializada em frutas, legumes e verduras inaugura sua primeira loja em São Paulo, no bairro do Brooklin, amanhã. Os paulistanos que chegarem cedo podem até estranhar os funcionários batendo palmas e agradecendo a entrada dos primeiros clientes. Mas é assim que ocorre diariamente nas 24 lojas do grupo, que transformou o sacolão da esquina numa rede de faturamento de R$ 450 milhões em 2011. Este ano, a estimativa é faturar R$ 650 milhões e, em 2013, R$ 840 milhões.

A entrada em São Paulo já foi tentada em 2008, mas o sócio local não quis investir muito na expansão e o grupo então preferiu esperar. Nos últimos três anos, a companhia se reestruturou, adotou políticas de governança corporativa e vendeu, em agosto de 2010, 30% do seu capital para o FIB Brasil, fundo administrado pela BR Investimentos. Com dinheiro em caixa e sem necessidade de um novo parceiro, vai chegar a São Paulo com quatro lojas, além da aberta no Brooklin. As outras três já estão em obras nos bairros do Itaim, Moema e Paraíso. Todas as unidades, com tamanho entre 500 m2 e 700 m2 de área de vendas, devem ser inauguradas no começo do ano que vem.

"Depois que nos reestruturamos e recebemos o aporte de capital pudemos montar melhor a operação", diz o presidente do grupo Tiago Miotto. O objetivo para o mercado paulista é ambicioso. "A ideia é duplicar o tamanho da rede com as lojas no Estado", conta Miotto. "Serão de seis a oito novas lojas por ano", prevê. O investimento médio anual será de R$ 50 milhões a R$ 60 milhões.

Nem mesmo o mercado imobiliário aquecido desanima o grupo. "Estamos atentos às oportunidades para bons negócios. Isto tudo está contemplado no nosso projeto e não vai nos impedir de chegar lá", garante. O objetivo é também abrir lojas nas grandes cidades do interior. "Nosso projeto não se restringe à capital. Estamos procurando espaços em Santos e Campinas, por exemplo. Em cidades onde o potencial populacional nos mostre um mercado interessante", diz o presidente da rede.

A logística também não é empecilho. "Temos três centros de abastecimento, um em Cariacica, no Espírito Santos; dois no Rio de Janeiro (na Ceasa e em Duque de Caixas); e outro em São Paulo, na Ceagesp", conta o executivo. Além disso, todo o transporte é feito por 219 veículos próprios que vão às lojas cinco vezes por dia entregar os produtos adquiridos em 960 diferentes fornecedores.

Foi em 1989 que Gilberto Lopes, carregador de um box na Central de Abastecimento (Ceasa) do Espírito Santo, viu em Belo Horizonte um loja que vendia frutas, verduras e legumes no modelo sacolão. De volta à Colatina, no norte do Estado, contou a novidade para o patrão Paulo Hertel, o primeiro a iniciar a venda por sacolão na cidade. Mas foi com o irmão de Paulo, João Eduardo Hertel, e o amigo Tadeu Fachetti que Gilberto iniciou a rede. "Logo eles perceberam que se melhorassem o serviço e criassem um ambiente similar ao dos supermercados iam atrair mais consumidores", diz Miotto.

Hoje a rede tem 16 lojas no mercado carioca, três em Niterói, quatro no interior do Rio e uma no Espírito Santo (outras duas lojas que funcionavam pelo sistema de franquia no mercado capixaba estão deixando de operar sob a bandeira Hortifruti).

Nos últimos dez anos, o grupo se expandiu e passou a vender também outros produtos: pães, biscoitos, laticínios, carnes e até massas congeladas. E foi um dos pioneiros no lançamento de pacotes de legumes e verduras processadas, cortadas e higienizadas. "Diversificamos pela demanda do consumidor, mas nossa especialidade são mesmo frutas, legumes e verduras", afirma Miotto. Os carros-chefe são responsáveis por 60% do faturamento, seguidos de mercearia e delicatessen, processados e carnes. A empresa ainda possui um cartão de crédito próprio com mais de 47 mil clientes ativos.

As famílias dos três fundadores possuem três holdings que administram o grupo. A de Lopes tem 33% do capital; a de Fachetti, 29%; e a de Hertel, 8%. Os três estão no conselho, enquanto a administração ficou com Miotto, sobrinho de Fachetti, que começou como fiscal de caixa e chegou à presidência.



Veiculo: Valor Econômico


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