Pesquisa aponta o potencial de novos negócios que fabricantes de eletrodomésticos têm para explorar
O ano de 2012 tem sido dourado para a indústria de eletrodomésticos. A redução do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) que foi prorrogado e só deve terminar em dezembro, somado ao aumento do poder aquisitivo do consumidor brasileiro fez a venda de produtos, especialmente os da linha branca, crescer vertiginosamente. Mas as vendas aquecidas nem de longe reduziram o potencial a ser explorado pelas indústrias do setor, como aponta estudo da Nielsen sobre a presença de eletrodomésticos nos lares brasileiros. Os números surpreendem.
No levantamento, feito em 42 milhões de residências, verificou- se que em apenas 53% deles há a presença de máquinas de lavar. “A pesquisa nos permite visualizar as reais oportunidades desta indústria nos lares , verificando possibilidades de maior penetração para diversas categorias”, explica Jefferson Silva, coordenador de homescan da Nielsen.
Diante desse potencial, as empresas não medem esforços quando se trata de inovação. A GE, dona das marcas Mabe, Continental e Dako aposta emlançamentos de produtos, com foco não só em tecnologia, mas também em design para atrair clientes de todas as classes. “O consumidor está cada vez mais exigente e busca produtos altamente eficientes, com preços atrativos”, explica Marcelo Vienna, vice-presidente do grupo GE.
E é justamente no segmento de lavadoras onde a companhia mais deve crescer nesse ano, emtorno de 35%. Segundo Vienna, é possível verificar dois movimentos distintos nesse mercado. O primeiro, da migração dos usuários de tanquinhos para lavadoras automáticas e o segundo, dos clientes que já possuem esses produtos, mas investem em produtos mais premium e de maior capacidade. “Eles buscam mais tecnologia, mas com economia na água e energia”, afirma o executivo.
O levantamento da Nielsen verificou a presença de 17 itens eletrodomésticos nas residências e aponta que apenas 24% deles estão presentes nos lares brasileiros. Além de geladeira, fogão, lavadoras e microondas, foram verificadas também a presença de purificador de água, aspirador de pó, lava louças, climatizador e até coifas. “Nos últimos anos, percebemos grande mudança no mix desses produtos secundários”, explica Silva.
Entre os cinco principais produtos da pesquisa—fogão, geladeira, tanquinho, lavadora emicroondas, apenas umou dois deles estão presentes em 30% das residências. A diferença de prioridades entre as classes sociais também é verificada no estudo. Enquanto o microondas possui mais de 50% de penetração nas classes A e B, para a classe D e E essa prioridade cai para menos de 25% de presença, estando abaixo do tanquinho.
Nesse quesito, Vienna revela que a categoria de produtos mais sofisticados como os cooktops, os queridinhos dos projetos de cozinhas planejadas, vem crescendo 30% ao ano dentro das vendas da companhia. Por outro lado, linhas de produtos considerados mais exclusivos, aos poucos também ganham seus exemplares mais acessíveis. “A classe C almeja consumir itens utilizados pelas classes A e B mas busca itens que também caibam no bolso”, avalia Silva. Já nas categorias de entrada, o mercado no nordeste é o que mais cresce. A GE se prepara para lançar dois novos fogões já no início de 2013, voltado especificamente para esse público.
Veículo: Brasil Econômico