Pesquisa das federações do comércio indica que vestuário, briquedos e perfumes estão na frente de eletrônicos na preferência do consumidor
Em menos de um mês, você se sentirá aliviado por ter lembrado dos presentes para a família e amigos, mas terá gasto, em média, R$ 123,70 em cada item comprado. Na lista do catarinense, por ordem de preferência, estão artigos de vestuário, brinquedos, cosméticos e perfumaria, calçados e, só depois, produtos tecnológicos.
Os dados sobre a preferência do catarinense neste final de ano foram divulgados ontem pela pesquisa da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL-SC) e, na semana passada, pelos dados apresentados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de SC (Fecomércio-SC).
O ambiente para as compras de final de ano predominante será o das lojas de rua, com 59,4% de preferência dos consumidores consultados pela FCDL-SC, deixando os shoppings com 27,9%. Apenas 4,4% devem recorrer às lojas online para garantir as encomendas de Natal.
— Isto é pouco, visto o crescimento nas compras pela internet, mas mostra que o catarinense ainda prefere o contato pessoal com o vendedor do que acessar os sites de lojas virtuais — diz o presidente da FCDL-SC, Sérgio Medeiros.
Gastos com festas serão expressivos
As consultas das federações indicam a preferência do consumidor por itens mais tradicionais, como camisas, calças e vestidos, seguido, bem depois, pelos produtos tecnológicos.
A técnica de enfermagem Nilva Gomes, 45 anos, se encaixa no perfil dos consumidores consultados. A lista de compras dela inclui tanto os produtos que estão no topo da lista das federações quanto a televisão de 32 polegadas que ela procura nas lojas do Centro de Florianópolis. Nilva calcula que deve aplicar pelo menos R$ 3 mil para comprar os presentes de oito sobrinhos e os 10 filhos deles, além do marido e outros parentes. Sem contar a TV nova.
Segundo a pesquisa da FCDL-SC, quatro em cada 10 catarinenses consultados preveem gastar a maior parte do dinheiro do Natal com presentes. Em segundo lugar, aparecem, quase empatados como alvos preferenciais dos gastos, os itens para as festas (apontados por 24,4%) e os presentes dados pela pessoa para si mesma ou para a casa (24%).
Cada presente por R$ 123
Não adianta reclamar depois que abrir o pacote do presente. A escolha do produto que estará em suas mãos em menos de quatro semanas foi fruto de uma complexa seleção, como mostram as duas pesquisas.
Para atender a todos da lista, o valor médio de cada presente deve ser, segundo a pesquisa da FCDL-SC, de R$ 123,70. A consulta da Fecomércio, que considera uma média de cinco presentes para cada pessoa entrevistada, mostra que o consumidor deve desembolsar R$ 372,25, em média.
— Podemos ponderar que fatores como o aumento no poder aquisitivo, a situação de pleno emprego no país e a ascensão de uma grande camada da população à classe C explicam este fenômeno na expectativa de compras — avalia o diretor de planejamento da Fecomércio-SC, Renato Barcellos.
Tecnologia vai ganhar espaço
Na lista de compras apurada pela FCDL-SC, os eletroeletrônicos aparecem apenas na quinta posição, atrás de artigos de vestuário, brinquedos, cosméticos e perfumaria e acessórios. Apesar de figurar nesta colocação, os produtos tecnológicos tendem a ganhar posições pouco a pouco, segundo Eduardo Tude, presidente da Teleco, empresa de consultoria especializada em telecomunicações.
— Na sociedade conectada, o usuário está cada vez mais dependente das telecomunicações e, por consequência, está cada vez mais exigente com o que vai consumir.
Para não ter problemas na escolha do presente e ainda enfrentar uma saia justa durante a confraternização, a consultora de imagem Roberta Carlucci lembra que é preciso cautela.
— Evite roupas íntimas e perfumes para presentear quem você não conhece em detalhes. São opções particulares e que exigem conhecer bem a pessoa — explica a profissional, que dá dicas de como se comportar na escolha do presente (leia no quadro).
Dicas para acertar no presente
As consultoras Morango Gomes e Roberta Carlucci orientam na escolha de produtos
e qual a melhor forma de resolver as compras de Natal:
1. Evite presentes que possam dar uma segunda interpretação, como artigos de sex shop e lingerie, que podem gerar desconforto se forem dados a colegas de trabalho.
2. Em brincadeiras como amigo secreto, é importante estipular valores mínimos e máximos e ter uma lista de preferências para facilitar na compra do presente.
3. Animais de estimação costumam mudar a rotina de uma casa, então só opte por esse presente se a pessoa pedir muito e a família concordar com mais um "morador".
4. Principalmente em festas de trabalho, não ostente demais comprando algo muito mais caro do que a média. Reserve os presentes de maior valor para os familiares.
5. Presentes de liquidação podem causar constrangimento, principalmente se a roupa não for do gosto da pessoa, a joia ficou desproporcional ou o sapato não servir.
6. Presentes muito pessoais, como roupas íntimas e perfumes, e tentar adivinhar o livro preferido do presenteado só valem para pessoas que forem próximas a você.
7. Se não conhece a pessoa, dar um vale-presente específico de uma loja já resolve, mas use de requinte e adicione um cartão com uma mensagem escrita por você.
8. Quer ser elegante? Abotoaduras, pastas de trabalho e carteiras sofisticadas são belas opções para executivos, enquanto joias e sapatos são uma boa para elas.
9. Se prefere aproveitar o clima de verão, biquínis e artigos de praia podem complementar os mimos e valem tanto para familiares e amigos quanto para colegas.
10. Caso a pessoa a ser presenteada é do seu convívio, não há problema em levá-la junto para escolher o que comprar. A dica é deixar claro que ficou na dúvida.
Veículo: Diário Catarinense