Principal dupla do cardápio brasileiro, o arroz e o feijão não pesam apenas na barriga do consumidor, pesam também no bolso do brasileiro. Estudo de acompanhamento do Índice de Preço ao Consumidor (IPC), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), constatou que os dois produtos tiveram alta de 29,43% de novembro do ano passado para cá, enquanto a inflação acumulada no mesmo período foi de 5,58%.
O economista da FGV, André Braz, informou que uma das razões da elevação dos preços dos grãos é o fato de os produtores rurais preferirem plantar outras culturas, que tenham um preço melhor no mercado mundial. Segundo o economista, a instabilidade nos valores dos grãos também tem relação com as condições climáticas desfavoráveis, que prejudicaram as safras em todo o mundo. "Numa previsão otimista, os preços subiram muito nos últimos tempos e agora devem desacelerar. Mas a queda não se dá na mesma velocidade em que os valores subiram", explica o economista.
Para Braz, é necessário haver uma avaliação maior das condições de mercado, para saber se é preciso ter uma política de incentivo ao cultivo do arroz e do feijão, ou se é apenas um ajuste passageiro, devido, principalmente, as condições climáticas adversas. "Temos que avaliar quais foram os fatores que acarretaram a redução desses grãos", afirma.
De acordo com Braz, outros grãos, que não chegam diretamente à mesa do brasileiro, mas têm influência na alimentação, também tiveram alta de preço, impactando no valor de outros produtos. Com a seca nos EUA, subiu o preço da soja, que afeta a criação de aves e suínos. Já a seca na Rússia fez aumentar o preço do trigo no mercado mundial, atingindo as famílias de produtos derivados da farinha
Veículo: DCI