Agricultores com produto armazenado conseguem bons negócios no RS.Custo de R$ 40 da saca está acima do mínimo estipulado pelo governo.


A queda na oferta do trigo fez o preço do grão disparar. Os agricultores do Rio Grande do Sul que ainda têm produto armazenado estão conseguindo fechar bons negócios.

O movimento de caminhões carregados com trigo na cerealista em Cruz Alta, noroeste do Rio Grande do Sul, mostra a boa procura que o produto vem tendo no mercado. Este ano, o excesso de chuva nas lavouras provocou quebra na produção gaúcha. A colheita no estado já terminou e o cereal está nos armazéns das empresas e cooperativas.

O produtor Fernando Della Mea ainda guarda 7,5 mil sacas do grão, metade da produção colhida este ano na propriedade. O agricultor tem recebido ofertas de compra de até R$ 40 pela saca do trigo de melhor qualidade. "Esses patamares de preços que o mercado está oferecendo hoje são preços muito bons em virtude dos anos anteriores que a gente não tinha liquidez", diz.

O custo de R$ 40 a saca está muito acima do mínimo do governo, estipulado em R$ 30. Em relação ao valor de mercado de dezembro do ano passado, a variação é de 42%. A alta nos preços vem sendo provocada pela quebra de safra no Brasil e em outros países. No ano passado, o Brasil chegou a exportar 1,9 milhão de toneladas do trigo de qualidade inferior. Agora, a quebra da safra vai modificar esses números.

Em 2011, uma empresa cerealista de Cruz Alta fez o maior carregamento de trigo da história do Rio Grande do Sul, em um total de 700 mil toneladas. Mas neste ano a quebra na safra irá reduzir esse volume em 40%. Como parte do trigo gaúcho perdeu qualidade este ano por causa do excesso de chuva, o mercado de exportação continuará sendo um bom canal de vendas.

Segunda a CONAB, a safra de trigo deste ano deve chegar a 4,4 milhões de toneladas, com redução de 1,3 milhão de toneladas em relação à safra passada.
 


Veículo: Portal G1