Da embalagem aos ingredientes, mudou tudo na linha de lácteos da Brasil Foods. Os resultados, agora, começam a aparecer.
A BR Foods, empresa nascida com a aquisição da Sadia pela Perdigão, é uma das maiores potências mundiais do setor de proteína animal. Nos nove meses do ano, sua receita líquida já somou R$ 25,6 bilhões. Essa pujança jamais se repetiu na divisão de lácteos, que por muito tempo ocupou uma posição de coadjuvante das concorrentes da suíça Nestlé e da francesa Danone, especialmente no segmento de iogurtes, mercado que movimenta R$ 5 bilhões por ano no Brasil. Esse quadro, no entanto, começa a mudar, graças à adoção de um plano de revitalização e reposicionamento de sua marca, comprada em 2006 da Parmalat, na qual foram investidos R$ 50 milhões.
Boa parte dos recursos está sendo gasta na ampliação e modernização das linhas de produção de sua principal fábrica, em Carambeí (PR), que chegou a operar com ociosidade de 40%, até 2011. Os resultados começam a aparecer. A empresa ultrapassou a Nestlé na Grande Rio, assumindo a segunda posição, atrás de Danone. Mais: no Paraná, sua terra natal, a Batavo reconquistou a liderança que havia sido tomada pelos franceses. “Não havia motivos para estarmos atrás deles”, diz Luciane Mauri Matiello, diretora de marketing da área de lácteos da BR Foods, que responde por 10% das receitas totais da companhia. Em termos nacionais, a Batavo segue como a terceira maior fabricante de iogurtes, com uma fatia estimada pelo mercado em 11%.
Agora, o desafio de Luciane é integrar ainda mais as cadeias de distribuição e logística da BRF, fazendo com que os produtos cheguem a um número cada vez maior de consumidores. É que apesar de atuar sob um único comando, a empresa mantinha estruturas diferenciadas para cada uma de suas marcas. “Uma única loja chegava a receber três caminhões por dia – da Perdigão, da Sadia e da Batavo”, afirma Luciane. Para ajudar a definir as estratégias de virada da Batavo ela encomendou dezenas de pesquisas. Os estudos mostraram que 70% dos entrevistados viam no iogurte uma forma de consumir frutas. Foi a deixa para o desenvolvimento da linha com pedaços de frutas, vendida por um valor até 15% acima do cobrado pelos iogurtes convencionais. Até setembro, 48 itens já tiveram suas receitas alteradas ou ganharam novas embalagens.
Veículo: Revista Isto É Dinheiro