Com preços mais baixos, brinquedos chineses dominam 60% das vendas no Brasil

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Bem mais baratos que os produtos fabricados no Brasil, os brinquedos chineses correspondem a 60% do total de vendas do segmento no Brasil. A constatação é da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) e, segundo o órgão, os chineses lideram as vendas por conta do preço inferior e da farta e barata mão de obra.

Os fabricantes alegam que o alto custo da mão de obra no Brasil, comparado à China, e a pesada carga de impostos embutidos no custo de fabricação são o reflexo do atual quadro. De acordo com a Abrinq, 42% do custo (quase a metade) do brinquedo produzido no Brasil se deve à carga tributária.

"As fábricas brasileiras operam hoje com 60% de ociosidade. A gente está vivo só porque ainda dá para tentar mais um pouco", diz o presidente da associação, Synésio Batista da Costa. No Brasil, existem 523 fábricas de brinquedos em funcionamento atualmente com um total de 27 mil trabalhadores empregados.

Líder no segmento de brinquedos no Brasil, a empresa Estrela produz anualmente em suas três fábricas cerca de 18 milhões de produtos. O catálogo de produtos conta com 450 códigos de brinquedos distintos, sendo que cerca de 50% deles são renovados anualmente. As estatísticas favoráveis, no entanto, não são suficientes para crescer no setor.

"Houve uma avalanche de produtos importados. A indústria de brinquedos nacional foi praticamente varrida pela China. Toda a indústria chinesa de brinquedos é incentivada para exportação. O custo de mão de obra nosso é desproporcional em comparação com o deles", diz Aires Leal Fernandes, diretor de marketing da Estrela.

A Grow, outra gigante brasileira do segmento de brinquedos, produz cerca de 8 milhões de produtos por ano, entre quebra-cabeças, jogos de tabuleiro e bonecos de vinil e mecanizados, mas enfrenta problemas semelhantes diante da concorrência chinesa. Sua fábrica em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, emprega 650 trabalhadores.



Veículo: Diário de Pernambuco


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