Exceção nos segmentos de embalagens e de brindes para o Natal.
A indústria do plástico em Minas sofre com os aumentos de custos e a queda nas vendas em decorrência da crise financeira que já atingiu o segmento. De acordo com empresários, a maioria das empresas já enfrenta retração e não deve registrar crescimento neste ano. A exceção está na área de embalagens e brindes relacionados ao período natalino, que ainda permanece aquecida.
Segundo o sócio-diretor da Abra Comércio e Indústria de Plásticos Ltda, com sede em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a situação do setor no momento é "complicada". Ele disse que não estava preparado para a crise e com o aumento dos custos a empresa está particamente em "banho-maria".
"Mesmo com a queda no preço do petróleo, os derivados - no meu caso o polietileno - não caíram. Pelo contrário, a matéria-prima está mais cara. A partir de outubro as vendas diminuíram cerca de 30%. Neste ano não vamos crescer. Devo fechar 2008 com o mesmo resultado de 2007, e olhe lá. Mas o que mais temo é a instabilidade futura", salientou.
O empresário disse ainda que por causa da turbulência econômica foi obrigado a cortar 5% dos empregados e 10% foram colocados em férias coletivas. "Agora estamos esperando para ver o que vai acontecer. Espero que melhore."
Um dos proprietários da Tompa Indústria e Comércio de Embalagens e Serviços Ltda - sediada em Contagem e especializada na fabração de garrafas pet -, Arpad Américo de Tompa, também lamenta as perdas sofridas desde a explosão da crise. De acordo com ele, houve queda de 25% nas vendas nos últimos três meses.
"O aumento do dólar elevou bastante nossos custos. O pior é que, pouco antes da crise, fiz um investimento significativo na empresa. Agora, espero que no próximo ano possamos recuperar as vendas e retomar o crescimento", relatou Tompa, que deve lançar em breve um novo produto no mercado.
Já o diretor da Flecha Industrial Ltda, produtora de filme e embalagens de polietileno, Fernando Aureliano, comemorou a chegada do Natal e com ele o aumento dos pedidos. "Essa época do ano é muito boa para nós por causa das embalagens para presentes. Mas, por outro lado, sei que a partir de janeiro isso não vai se manter. Até agora só conheço da crise pelo que tenho ouvido, porque ainda não fomos afetados. Espero que continue assim", comentou.
Veículo: Diário do Comércio - MG