Empresas percebem retração no volume de pedidos.
A falta de crédito está afetando a indústria de produtos elétricos e eletrônicos em Minas Gerais. Alguns investimentos poderão ser revistos, conforme o vice-presidente do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares no Estado de Minas Gerais (Sinaees-MG), Olavo Machado Júnior. Além disso, algumas empresas já percebem retração no volume de pedidos.
Conforme Machado Júnior, as instituições financeiras elevaram as taxas de juros e estão mais exigentes para conceder crédito para as indústrias. Com este cenário, as empresas estão revisando os aportes previstos. O problema, segundo ele, afeta, principalmente, os estabelecimentos de pequeno porte.
Para Machado Júnior os efeitos da crise não deverão atingir de forma significativa o setor em 2008. As perspectivas apontam para um incremento acima de 8% neste ano, em relação ao exercício passado. Conforme ele, ainda há a expectativa sobre o comportamento do mercado em 2009.
Para o presidente, caso o setor seja afetado, as empresas que trabalham com entregas em curto prazo deverão ser as primeiras a sentir os impactos. As empresas que fecham pedidos a longo prazo ainda terão fôlego em virtude de contratos anteriores.
Segundo o diretor-geral da Tecnowatt Iluminação, empresa do grupo espanhol Simon, instalada em Contagem (RMBH), Marcos Vinícius de Souza Alvim, o mercado já apresentou uma pequena retração após o agravamento da crise. "Alguns clientes industriais estão adiando projetos em virtude deste cenário", afirmou. Ele informou que no setor público a retração dos pedidos ocorre tradicionalmente no final do ano.
Outro entrave, conforme Alvim, são os atrasos em programas federais, que poderiam colaborar para alavancar o setor. Entre eles está a terceira etapa do Programa de Universalização e Acesso à Energia Elétrica (Luz para Todos), que está paralisado na área da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). O início das obras estão previstas para fevereiro do próximo ano.
O atraso no Programa Nacional de Iluminação Pública e Sinalização Semafórica (Reluz) também foi criticado pelo diretor da Tecnowatt. "O programa não está em andamento por questões burocráticas", afirmou.
Já na Toshiba Transmissão e Distribuição do Brasil S/A, controlada pelo grupo japonês Toshiba Corporation, instalada em Contagem (RMBH), ainda não há sinais de crise, conforme o superintendente Tochio Monaka. "A carteira deste ano e de 2009 está praticamente preenchida e não há cancelamentos de pedidos", disse.
A empresa possui um projeto de aportes da ordem de R$ 40 milhões até 2009. Os recursos serão voltados para a ampliação da produção de transformadores de potência.
Veículo: Diário do Comércio - MG