A retomada das chuvas e ao aumento da oferta de pastagem impulsionaram a captação de leite em Minas Gerais, promovendo a queda dos preços pagos aos pecuaristas do Estado ao longo de dezembro. A tendência para este mês é de estabilidade nos valores. No Estado, que é o maior produtor nacional de leite, o avanço na captação foi de 6%, quando comparado com o volume gerado em novembro.
De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em dezembro o preço médio líqüido praticado em Minas Gerais foi de R$ 0,80 por litro e o bruto de R$ 0,88 por litro, referente à produção entregue ao longo de novembro. O valor bruto ficou 3,1% inferior e o líqüido praticamente estável, com variação negativa de apenas 0,36%, quando comparado com os preços praticados em novembro.
Na média nacional, segundo o Cepea, o preço médio recebido pelos produtores de leite em dezembro manteve-se praticamente estável, com leve queda de 0,2% em relação a novembro.
Conforme os pesquisadores da entidade, a média nacional, ponderada pela produção dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia, foi de R$ 0,822 por litro, valor líqüido, ou de R$ 0,893 por litro quando considerados frete e impostos. Os pesquisadores ressaltam que a sustentação foi obtida mesmo com o aumento do volume produzido na maioria dos estados pesquisados pelo Cepea.
Na comparação com dezembro de 2011, o preço do leite também seguiu firme, apresentando ligeira alta de 0,6%. Mesmo com o reajuste, 2012 foi considerado um ano desfavorável para o setor leiteiro que conviveu com os custos de produção em elevação devido ao encarecimento dos grãos e da mão de obra.
Custos - De acordo com o Cepea, na média nacional, os custos da pecuária de leite se elevaram em 20% ao longo do ano passado. A redução da rentabilidade tem impactado diretamente no setor, que reduziu o ritmo de investimento. Para este ano é esperada redução nos custos de produção. A previsão de um aumento da safra brasileira de grãos irá favorecer o segmento.
Porém, o aumento de 9% no salário mínimo, que passou de R$ 622 para R$ 678, pesa significativamente sobre os custos. De acordo com os pesquisadores do Cepea, os pecuaristas precisão ter mais cautela e investir no planejamento da produção.
Em dezembro, a maior queda de preços registrada em Minas Gerais foi na região do Vale do Rio Doce, onde os produtores receberam 1,84% a menos pelo litro do produto. O preço praticado na região chegou ao máximo de R$ 0,951, o mínimo de R$ 0,765 e o médio de R$ 0,864.
A segunda maior queda foi observada nos preços pagos aos pecuaristas de leite do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, que encerrou dezembro com retração de 1,95%. Na região, o valor mínimo ficou em R$ 0,747, o médio em R$ 0,849 e o máximo alcançou R$ 0,914. Nas regiões Sul e Sudoeste, os pecuaristas receberam em média R$ 0,826 por litro de leite. A redução de 0,691% fez com que os preços máximos chegassem a R$ 0,875 e o mínimo a R$ 0,745.
O preço médio praticado na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) ficou em R$ 0,866 por litro de leite, valor que se manteve praticamente estável, com pequena variação negativa de 0,03% quando comparado com os valores registrados em novembro. O valor máximo recebido pela comercialização do produto foi de R$ 0,977 e o mínimo de R$ 0,744.
Na Zona da Mata os preços também se mantiveram praticamente estáveis, com queda de apenas 0,36% em dezembro. Com a redução o valor máximo ficou em R$ 0,859. O preço médio vigente na região foi de R$ 0,813 e o mínimo de R$ 0,724.
De acordo com os pesquisadores do Cepea, a maior parte dos laticínios e cooperativas consultados pela entidade, cerca de 52%, e que representam 59% do volume de leite amostrado, acredita que os preços pagos pelo leite ao produtor permanecerão estáveis em janeiro de 2013. Para 40% dos entrevistados, que respondem por 37% do volume da amostra, deve haver queda de preços e 8% dos consultados, responsáveis por 4% do volume de leite amostrado, acham que haverá alta.
Veículo: Diário do Comércio - MG