A Procter & Gamble (P&G), maior companhia mundial fabricante de produtos de consumo, informou ontem que as vendas no segundo trimestre crescerão menos do que o projetado em virtude das dificuldades do cenário econômico global.
Os consumidores estão reduzindo os gastos por conta da recessão global, o que os deixou menos confiantes em relação a estabilidade de emprego e financiamentos, informou a empresa. Allan G. Lafley, principal executivo da companhia, pretende manter os ganhos reduzindo custos internamente ao mesmo tempo em que os preços das matérias-primas estão caindo após sucessivos recordes.
"Os consumidores estão muito tensos no mundo todo e a Procter & Gamble, como todas as empresas, está sofrendo com a situação", disse Ali Dibadj, analista da Sanford C. Bernstein & Co. "Ninguém está imune", afirmou.
As vendas orgânicas, ou as vendas descontadas as aquisições e moedas estrangeiras, crescerão menos de 4% nos três meses até o fim dezembro em função da redução dos pedidos dos varejistas e distribuidores, informou a empresa, em comunicado. Anteriormente, a companhia havia previsto ganhos de 4% a 6% pára o período.
A empresa informou também que tem em mira aquisições de todos os tamanhos. Os preços mais baixos das ações conduziram a um aumento no número de candidatas atraentes, disse Lafley, ontem, a analistas em Nova York.
Lafley, que dirige a empresa desde 2000, informou que ainda "há muito a ser feito". O executivo, de 61 anos, disse aos analistas que deseja participar do futuro crescimento da maior fabricante mundial de produtos de consumo.
A P&G estima vendas de US$ 175 bilhões até o ano fiscal de 2023, anunciou o executivo. Isso será mais do que o dobro dos US$ 83,5 bilhões em receita para o ano que se encerrou em junho.
A P&G também anunciou ontem que continua a esperar ganhos entre US$ 1,58 e US$ 1,63 por ação para o quarto trimestre, e de US$ 4,28 a US$ 4,38 para o ano fiscal de 2009.
A previsão de crescimento das vendas orgânicas para o ano serão mantidas em 4% e 5%, segundo a empresa.
"Por causa do tamanho, a Procter & Gamble tem como reduzir custos internamente, diferente de outras companhias", disse Dibadj. O analista recomenda a compra das ações da empresa.
Ontem, as ações da empresa chegaram a cair US$ 1,47, ou 2,5%, para US$ 57,65 na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). As ações da empresa já caíram 19% este ano.
Entre as marcas que a empresa produz estão as fraldas Pampers, Gillet, absorventes Always, Prigles, entre outras.
Veículo: Gazeta Mercantil