Apicultura ganha mercado

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Para expandir as vendas nos mercados interno e externo, representantes da Conap estão investindo em certificações e na qualidade


A demanda aquecida por parte do mercado internacional deve contribuir para que os negócios da Cooperativa Nacional de Apicultura (Conap) continuem em crescimento ao longo de 2013. Um dos principais objetivos da entidade será na maior divulgação dos produtos oriundos da apicultura mineira no exterior. Além da demanda crescente, os preços praticados no exterior são bem mais lucrativos que os vigentes no mercado local, o que também incentiva a participação em eventos e na obtenção de certificações.

De acordo com o presidente da Conap, Irone Martins Sampaio, para este ano estão previstas participações dos apicultores mineiros em vários eventos internacionais. O objetivo é abrir novos mercados e apresentar tanto os produtos in natura como os processados.

"Atualmente a demanda pelos nossos produtos, principalmente pela própolis verde, é superior à oferta. Nosso objetivo é incentivar o aumento da produção, mas para isso também é importante que aumentemos a divulgação no mercado internacional, o que abrirá novas oportunidades de venda tanto de produtos in natura como os processados, que possuem maior valor agregado", diz.

A cooperativa exporta, mensalmente, cerca de 400 quilos de própolis e de produtos in natura, mas a demanda internacional é bem maior. Segundo Sampaio, é necessário escalonar o atendimento aos pedidos, pois eles chegam a 600 quilos por mês.

"O que percebemos hoje é que temos condições concretas de expandir a produção mineira, uma vez que temos todos os fatores a favor da atividade, como o clima, a demanda crescente, os preços lucrativos e uma produção de alta qualidade", ressalta.


Mercados - De acordo com a Conap, os grandes parceiros comerciais da cooperativa estão localizados, principalmente, na Ásia, incluindo Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Tailândia, que compram a própolis in natura para industrializar. Os Estados Unidos também tem uma boa participação nos embarques.

"O foco agora é estreitar relações com os países europeus e, para isso, os primeiros passos foram dados. Em outubro de 2012, participamos da Feira Internacional do Cooperativismo na Inglaterra e estabelecemos contato com possíveis compradores. Um representante da Bélgica, inclusive, já visitou a cooperativa e se mostrou satisfeito com a estrutura e qualidade dos produtos", ressalta.

Para expandir as vendas nos mercados interno e externo, os representantes da cooperativa também estão investindo em certificações e formas de aumentar e assegurar a qualidade dos produtos.

No ano passado a Conap implantou o Programa Alimentos Seguros (PAS), que tem como objetivo a redução dos riscos de contaminação dos alimentos. Atua ainda no desenvolvimento de metodologias, conteúdos e na formação e capacitação de técnicos para disseminar, implantar e certificar ferramentas de controle em segurança de alimentos, como as boas práticas e o Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC).

As técnicas do programa também contribuem para a redução de custos, o aumento de produtividade e competitividade, além da adequação às exigências nacionais e internacionais. Com o certificado, a cooperativa foi credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para atuar no mercado europeu.


Joint venture - Outro ponto que poderá favorecer os negócios neste ano é a joint venture Conap-Xangai, que está sob avaliação do governo chinês. O projeto prevê parceria entre a cooperativa mineira e parceiros chineses e japoneses para a comercialização de produtos acabados e matéria-prima na Ásia. Detalhes técnicos já estão definidos e a Conap aguarda apenas o parecer das autoridades da China para que a empresa inicie suas atividades.

"Os conflitos políticos entre o Japão e a China estão travando parte das negociações. Vamos esperar mais um período, e caso não seja aprovada iremos buscar novos parceiros. A concretização desse projeto seria muito interessante, já que o consumo de produtos apícolas pela população desses países é grande, está incorporado aos costumes e são utilizados também devido às propriedades medicinais", diz.

Segundo Sampaio, cerca de 90% da produção da Conap é destinada à exportação e os investimentos em capacitação e na profissionalização do setor para atender à demanda externa são crescentes.

O retorno financeiro é outro fator que torna a comercialização dos produtos apícolas atrativa no exterior. Um frasco de própolis, por exemplo, pode ser adquirido em Minas Gerais por cerca de R$ 7. O mesmo produto, vendido para os parceiros da Ásia, sai a R$ 22 por frasco. Já o consumidor final, na China ou no Japão, vai pagar cerca de US$ 70 pela própolis. Anualmente, Minas Gerais produz aproximadamente 29 toneladas de própolis e cada quilo é vendido por US$ 150.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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