Com medo de encalhe, lojista compra menos sapato neste ano

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O desempenho abaixo do esperado nas vendas de calçados não está sendo provocado exclusivamente pela diminuição de compra do consumidor. Varejistas reduziram suas encomendas com receio de ver o produto encalhado. Mas os fabricantes prevêem que haverá uma reposição por parte dos lojistas logo no começo de janeiro já que o estoque estará bem baixo.
 


"Sentimos uma desaceleração no quarto trimestre. Muitos lojistas, principalmente das grandes redes, estão comprando menos", diz Francisco Schmitt, diretor de relações com investidores da Grendene. A empresa, dona de marcas como Melissa e Ipanema, prevê encerrar o ano com cerca de 150 milhões de pares vendidos, uma alta de 5% em relação a 2007. No início do ano a expectativa da companhia era vender 15% a mais em 2008. 

 

A fabricante de calçados esportivos West Coast também está sentindo os lojistas mais cautelosos nas encomendas para o fim do ano, feitas normalmente entre a segunda quinzena de outubro e meados de novembro, para evitar sobras de mercadorias em estoque. Na comparação com o mesmo período de 2007, os pedidos caíram entre 10% e 12%, segundo Sérgio Baccaro Jr, gerente de marketing da West Coast. 

 

Na Grings, fabricante dos calçados femininos da marca Piccadilly, houve recuo de cerca de 12% nas encomendas de novembro em comparação com o mesmo período de 2007 por conta da postura mais conservadora do varejo, disse Marlon Martins, diretor comercial da empresa. A diferença deste ano, segundo ele, foi a ampliação de 15 para 30 dias no intervalo médio entre os pedidos desde outubro. 

 

As vendas nas lojas de calçados nos dez primeiros meses deste ano ficaram abaixo do desempenho de 2007. Entre janeiro e outubro de 2008, o volume de calçados comercializados teve alta de 2%, porém esse índice é inferior ao verificado no ano passado, quando a taxa de crescimento era de 3,3%, segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac). 

 

Para o diretor de RI da Grendene, muitos lojistas reduziram suas encomendas porque ficaram descapitalizados com a atual escassez de crédito. 

 

Mas, com a proximidade do Natal e o estoque baixo, as fabricantes apostam numa retomada das encomendas por parte das varejistas no começo de janeiro. "O movimento nas lojas começou na segunda semana de dezembro", disse o executivo da West Coast. Segundo Baccaro, isso significou um atraso de 15 dias no período de vendas mais fortes no comércio, o que deve provocar a concentração dos negócios nas duas semanas anteriores ao Natal. No início do mês que vem, então, o varejo já deve bater à porta da indústria com novos pedidos. 

 

Segundo o diretor da Grings, está havendo uma retomada das vendas neste início de dezembro e seus revendedores projetam uma demanda entre 5% e 8% superior em relação ao mesmo mês de 2007. Ele também acredita que as encomendas serão retomadas no início de janeiro. 

 


Veículo: Valor Econômico


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