Crescimento apontado pela Pesquisa Mensal de Comércio foi o sexto resultado positivo consecutivo
As vendas no comércio varejista aumentaram 0,3% na passagem de outubro para novembro, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada pelo IBGE. Apesar de ter ocorrido desaceleração em relação ao mês anterior, quando a alta foi de 0,8%, novembro registrou o sexto resultado positivo consecutivo, o que confirma a persistência de fôlego no comércio. "Olhando para as atividades, percebe-se que realmente não há fundamento para apontar uma perda de fôlego no varejo", disse Aleciana Gusmão, técnica da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a estabilidade do emprego, o aumento na renda do trabalhador e a disponibilidade de crédito foram os impulsionadores do bom desempenho obtido, sobretudo, pelas atividades de móveis e eletrodomésticos, veículos e hipermercados. "O comércio está com um desempenho considerável, e, de certa forma, o consumo das famílias está sendo preponderante para estimular o crescimento econômico no ano de 2012", disse Aleciana.
Os sucessivos aumentos nos preços dos alimentos nos últimos meses não foram suficientes para desaquecer a atividade de supermercados. As vendas no setor subiram 0,6% em novembro em relação a outubro.
No varejo ampliado, que inclui os setores de veículos e material de construção, houve recuo de 1,2% nas vendas no período. A queda foi provocada pela retração de 5,0% na atividade de veículos. Em outubro, houve uma corrida às concessionárias estimulada pela expectativa do fim da redução no IPI para automóveis, resultando em antecipação de compra do produto. "Mas não foi só isso, foi preço também, porque os automóveis subiram em novembro. Segundo a PMC, o preço médio do comércio automotivo, que é basicamente automóvel, cresceu 4,1% em novembro em relação a outubro. O consumidor chegou na loja, e o produto estava mais caro", afirmou Fábio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Os bons resultados no mercado de trabalho e a redução de IPI sobre automóveis, móveis, eletrodomésticos e material de construção têm sustentado a alta de 8,4% nas vendas do comércio varejista ampliado de janeiro a novembro de 2012. No varejo restrito, o aumento é de 8,9%.
Mas a tendência é de desaceleração nos primeiros meses de 2013, avaliou Flávio Combat, economista-chefe da corretora Concórdia. "A aquisição de automóveis envolve empréstimos mais longos e uma fatia considerável de comprometimento da renda, então isso limita o consumo em geral", explicou Combat, ressaltando ainda que o longo período de vigência da redução de IPI também fez com que se esgotasse a demanda por bens duráveis beneficiados.
O IBGE estima que as vendas do comércio varejista restrito fechem 2012 com expansão de cerca de 8,6%. A previsão da CNC é mais otimista, de alta de 9,1%.
Veículo: O Estado de S.Paulo