Comerciantes do interior de Minas estão otimistas

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Os comerciantes do interior de Minas começam o ano com otimismo. Entre os motivos, destaca-se não somente uma conjuntura econômica favorável no país, como também empreendimentos da iniciativa privada já em curso; expectativa com a Copa das Confederações; melhoria da infraestrutura no Estado, principalmente de estradas; além de novos gestores municipais, eleitos no ano passado. Para representantes da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de municípios localizados em regiões distintas como Norte, Sul, Triângulo Mineiro e Zona da Mata, a expectativa é de incremento dos negócios em 2013.

"Os investimentos estão chegando", prevê o presidente da CDL de Varginha, João Bosco Morais de Alencar, para quem o único receio é a crise econômica internacional. No entanto, considerando que "a situação financeira do Brasil é diferente, mais estabilizada, as expectativas são as melhores".

Um dos grandes motores da economia em sua região, acredita, será a Copa das Confederações. Embora não sejam realizados jogos em Varginha, ele entende que a economia, como um todo, será beneficiada pelo evento internacional. "Dinheiro é uma bola de neve", confia.

Mais do que as oportunidades que podem ser geradas pela Copa, ele atribui boa parte de sua confiança à melhoria de infraestrutura de Minas Gerais. "O governo estadual tem um programa gestor, com cronograma de suas ações e atividades", pontua Alencar, lembrando que esse planejamento contribui para atrair empresas para o Estado.

Entre as ações, ele destaca os investimentos em estradas, inclusive em sua região, abrindo caminho para novos investimentos, com repercussões positivas para o comércio. Outro elemento considerado positivo é a renovação da administração pública municipal: "O povo está otimista".

Favorável - Para o gerente executivo da CDL em Montes Claros, Raul Soares, este ano promete ser melhor do que 2012, considerando indicadores econômicos como emprego e renda, além das projeções do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano (de 3,19%). Além disso, Soares acredita que haverá movimentação econômica também no município, com a realização do primeiro grande evento esportivo, a Copa das Confederações.

"O comércio é uma engrenagem. Há pessoas de Montes Claros em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo que podem fazer negócios com o evento e investir no município. Um aquecimento em cadeia", espera. Mas as melhores expectativas são resultado de grandes investimentos, como a fábrica de sandálias da Alpargatas, com previsão de funcionamento em junho e geração de 3 mil empregos. O outro empreendimento, a Case New Holland, mesmo em fase de construção, já tem movimentado a economia da cidade. "E vai atrair outras empresas, fomentando o comércio", aposta.

Esta é a mesma opinião do presidente do CDL de Juiz de Fora, Vandir Domingos da Silva, para quem "não existe comércio forte se a indústria não anda bem". Nesse sentido, ele vê com bons olhos a política do governo federal, de desoneração de alguns setores da economia, sendo a última, em dezembro, da construção civil, grande geradora de empregos e distribuição de renda. "O maior gargalo do país é a tributação. E a melhor medida é desonerar, pois o empregador pode pagar menos e o empregado receber mais, aquecendo toda a economia", aponta.

E ainda que a indústria não esteja reagindo no ritmo esperado, Silva se diz otimista, principalmente "pela onda de credibilidade trazida pelo governo estadual". Em sua avaliação, Minas já pode colher os frutos de investimentos em infraestrutura. "Estamos aguardando com muita expectativa a utilização plena do aeroporto de Goianá", anuncia. Segundo ele, as obras da rodovia que ligará o aeroporto a Juiz de Fora devem começar em março. E, a partir de então, "novas empresas estarão aportando no município, que poderá ser um importante porto-seco do Estado".

Consumidor muda de comportamento

Em Uberaba, o clima também é de confiança e, ao mesmo tempo, cautela. Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas local, Miguel Haroldo de Faria, estima-se um crescimento de vendas no comércio varejista entre 5% e 7% ao longo de 2013, em relação a 2012. Essa projeção, modesta, tem como fundamento a mudança de comportamento do consumidor. No Natal, por exemplo, houve um aumento de vendas de apenas 4% na comparação com 2011, fruto, segundo ele, "de mais consciência do consumidor em relação aos custos".


Faria observa que já passou aquela euforia de consumo verificada entre 2009 e 2011 que, inclusive, gerou muito endividamento. No ano passado, a percepção é de que houve uma certa divisão entre o consumo e o pagamento de débitos. "O número de adimplentes cresceu 9%", confirma. No entanto, apesar desse comedimento, alguns anúncios de investimentos no município indicam confiança no mercado consumidor.

"Um segundo shopping já está em construção e um terceiro encontra-se em fase de projeto", comemora, lembrando das inúmeras possibilidades de negócios que serão geradas com a instalação de uma planta de amônia e um gasoduto, até 2014. Pelos cálculos do governo federal, somente as obras vão gerar cerca de 5 mil empregos diretos. "Esses investimentos fomentam a economia e alcançam o comércio", aguarda.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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