Aumento do consumo e da renda dos brasileiros fez mercado crescer acima de 16% no ano passado
O mercado brasileiro de azeites vem despertando a atenção das fabricantes europeias do produto. Enquanto em muitos países daquele continente o consumo já amadurecido não cresce em volume, por aqui o campo é fértil quando se trata de aumento da demanda. Levantamento da Nielsen aponta que no ano passado as vendas do produto, em volume, aumentaram 16,3%, saltando de 40,4 milhões de litros em 2011 para 47 milhões de litros em 2012.
Em contrapartida, a receita passou de R$ 847 milhões em 2011 para R$ 983 milhões no ano passado. “O consumidor tem adquirido produtos em menor volume, mas investindo em itens com maior valor agregado”, explica Marcelo Fazio, analista de mercado da Nielsen. Na Sovena, grupo português dono da marca de azeites Andorinha, o crescimento das vendas vem superando a média do mercado. “Crescemos o dobro do mercado em 2012”, revela Nuno Miranda, gestor de mercado da companhia para a América Latina.
Ele explica que o share da companhia no Brasil, que era de 3% em 2004 saltou para 12% no ano passado. “O aumento do poder aquisitivo da classe média e a diversificação do nosso portifólio contribuíram para esse crescimento”, diz. Nesse sentido, a venda de linhas Premium da companhia, que hoje representa cerca de 5%das vendas, deve dobrar até 2016. Segundo o executivo, ainda há muito espaço para o crescimento do mercado brasileiro nos próximos anos. Isso porque o consumo per capita do produto por aqui ainda é bastante baixo em comparação a outros países da Europa, onde o mercado mais maduro já tem o consumo estagnado.
Miranda explica que enquanto em Portugal o consumo per capita é de 7 litros por ano, por aqui, esse volume não passa de 200 mililitros. “Se esse volume chegar a umlitro no Brasil, em poucos anos o mercado terá quintuplicado de tamanho”, calcula. Anualmente, a Sovena movimenta mais de 160 mil toneladas de azeite em suas fazendas na europa. No ano passado, o faturamento superou R$ 2,71 bilhões. Na espanhola Borges, o crescimento das vendas no Brasil chegou a 40% em 2012. “Cada vez mais o consumidor no Brasil está conhecendo os benefícios do azeite e buscando produtos de melhor qualidade”, explica Bernardo Pontes, diretor de marketing da companhia.
Atualmente a companhia detém 11% do mercado nacional, mas a meta é chegar à vice-liderança do setor em três anos. “A partir daí a nossa briga será pela liderança do mercado.” Para atingir as metas, Pontes explica que a estratégia da empresa é trabalhar a consolidação dos principais entre os cerca de 50 itens que mantém em seu portifólio por aqui. Segundo o executivo, o mercado brasileiro representa cerca de8% do faturamento global da Borges, que não é divulgado.
O país está entre os cinco mercados da companhia que mais crescem. Outro ponto importante a ser considerado no aumento do consumo de azeite no Brasil está na mudança de hábito do consumidor. Rita Bassi, diretora de relações corporativas da Gallo Brasil explica que aos poucos, os consumidores vêm enxergando o uso do azeite muito além da salada, como um produto que realça o sabor de pratos diversos e traz benefícios à saúde. “O Brasil é um pilar de crescimento para a marca, uma vez que é um mercado com enorme potencial.” Segundo ela, de cada três vidros de azeite adquiridos no país, um é fabricado pela companhia.
Veículo: Brasil Econômico