Etanol pode subir 7% com gasolina

Leia em 2min

O provável reajuste do preço da gasolina ao consumidor em 2013 deve trazer impacto direto aos preços do etanol hidratado - que concorre diretamente com a gasolina pela preferência do motorista dos carros-flex. Segundo cálculos da consultoria FG/AGRO, se o reajuste na gasolina for de 7%, o litro do hidratado na usina poderia subir em torno de 6% (ante a média de R$ 1,15 mil da safra atual), a R$ 1,22 mil o metro cúbico - referência Esalq/BM&F, em Paulínia.

Para Luiz Gustavo Corrêa, da FG/AGRO, parte do reajuste esperado para a gasolina já foi antecipado pelo mercado. Ontem, o indicador Esalq BM&F para o hidratado em Paulínia (SP) subiu pelo quarto dia consecutivo. O litro atingiu o preço de R$ 1.201,50, alta de 0,38% em relação ao dia anterior. "Na prática, o etanol acompanhará a gasolina até o patamar de 70% do preço do concorrente fóssil", diz Corrêa. O especialista prevê, porém, que no curto prazo pode haver uma pressão de mais oferta de etanol no mercado (e nos preços), uma vez que o consumo interno ainda não reagiu, as usinas carregam estoques nesta entressafra e a moagem da próxima safra começará mais cedo.

"Isso pode fazer com que o preço até recue no curto prazo. A partir de setembro, porém, as cotações voltariam a se equilibrar no patamar de R$ 1,22 mil por metro cúbico (base Paulínia)", afirmou Corrêa. Ele acrescenta que, apesar da tendência de uma provável alta do preço da gasolina refletir diretamente nos preços do etanol, o efeito desse reajuste para o fluxo de caixa das usinas será suficiente apenas para recompor a inflação do ano passado.

O maior ganho para as usinas nesta temporada 2013/14 virá da recuperação dos canaviais, o que elevará a escala da produção, fazendo com que se reduza a capacidade ociosa das fábricas, explica Corrêa. "Essa condição permitirá à indústria suportar os menores preços do açúcar e preços equivalentes no etanol", diz.

Assim, segundo prevê a consultoria, mesmo com um aumento do preço da gasolina, a próxima safra será de margens iguais ou levemente inferiores às registradas no ano passado. "É preciso observar, no entanto, que elas serão nominalmente superiores (maior quantidade de cana) e suficientes para fazer frente ao serviço e amortização de parte do principal da dívida", avalia Corrêa, ao mencionar empresas que estão financiadas (no curto e no longo prazos) adequadamente.




Veículo: Valor Econômico


Veja também

Fabricantes de azeite enxergam campo fértil para negócios no Brasil

Aumento do consumo e da renda dos brasileiros fez mercado crescer acima de 16% no ano passadoO mercado brasileiro de aze...

Veja mais
Indústrias de trigo avançam para agregar valor à farinha

O consumo de trigo no Brasil está estagnado há pelo menos uma década em 10 milhões de tonela...

Veja mais
Indústria têxtil prevê alta de até 2% no ano

Após dois anos consecutivos de retração, a produção do setor têxtil e de confec...

Veja mais
Aumenta o cerco à publicidade para crianças

Mais de 30% das crianças brasileiras têm sobrepeso e 15% delas são obesas na faixa entre 5 e 9 anos....

Veja mais
Mercado interno é saída para as perdas globais do algodão

O preço pago pela indústria têxtil ao algodão no mercado doméstico vai superar a cota&...

Veja mais
Multiplan promove edição de verão da Liquidação do Lápis Vermelho

O grupo Multiplan, administrador de shoppings como Barra Shopping, Village Mall (RJ), Morumbi Shopping, Anália Fr...

Veja mais
Redes distribuidoras direcionam R$ 140 mi para treinamentos

A Confederação Nacional das Revendas Ambev e das Empresas de Logística da Distribuiçã...

Veja mais
Fruticultura irá ganhar selo próprio

Os fruticultores do Jaíba, no Norte de Minas, vão ganhar mais um apoio no desenvolvimento da produç...

Veja mais
Vendas em janeiro nas papelarias chegam a 70% da soma anual

O mês de janeiro está para as papelarias assim como o Natal está para o segmento de brinquedos. Ness...

Veja mais