Receita de venda e aluguel perde ritmo

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Prévia de resultados das maiores empresas de shopping centers do país mostram altas taxas de ocupação e queda na inadimplência de lojistas no quarto trimestre, movimento já verificado ao longo de 2012. Mas um grupo de outros indicadores - que tem sido acompanhado mais de perto pelos analistas - ainda cresce a velocidade mais baixa em relação a anos anteriores.

A desaceleração é percebida em números de vendas e aluguéis das lojas mais antigas, em operação há mais de um ano. Os dados levaram o Credit Suisse a mudar a recomendação de acima da média do mercado (outperform) para neutra da BRMalls, maior companhia de shoppings do Brasil (ver mais na página D2). Com expectativas menos otimistas para o desempenho do varejo em 2013, analistas consideram que a qualidade do portfólio dos shoppings torna-se ainda mais importante para manter as taxas de expansão neste ano.

Multiplan e Aliansce publicaram os dados na segunda-feira, 21, e a BRMalls, na quinta-feira. Maior empresa do setor, a BRMalls registrou queda em suas ações após o anúncio (-1,1%) e a Multiplan apurou redução no preço das ONs no acumulado da semana passada (- 1,5%). Só a Aliansce fechou a semana com alta acumulada (3,2%). Ontem BRMalls, fechou com queda de 3,2%, Aliansce, redução de 0,84% e Multiplan, alta de 1%.

Na maioria dos indicadores divulgados pelas três empresas, vendas e os aluguéis "mesmas lojas" (pontos em operação há mais de 12 meses) alcançaram, de outubro a dezembro, taxa de expansão abaixo do verificado no mesmo intervalo nos anos de 2010 e 2011.

Em relação aos dois trimestres anteriores há alta, mas essa expansão já era esperada, visto que o último trimestre do ano é o mais forte em vendas no varejo.

Segundo os números das companhias, as vendas "mesmas lojas" no quarto trimestre subiram 11,9% na Aliansce, 7,6% na BRMalls e 6,8% na Multiplan em relação ao ano anterior. Sobre o mesmo período de 2010, as taxas são maiores: 14,9%, 11,8% e 12,6%. No mesmo intervalo de 2011, as altas foram, respectivamente, de 10,3%, 8,8% e 8,3%. Ou seja, em sua maioria houve desaceleração.

Os aluguéis em pontos abertos há mais de 12 meses cresceram 10% na Aliansce de outubro a dezembro de 2012, contra 12,5% no mesmo intervalo de 2011 e 12,1% em 2010.

Maior empresa do setor com participação em 51 shoppings no país, a BRMalls registrou expansão foi de 10,2% nos aluguéis no quarto trimestre de 2012, versus 10,1% e 15,2% em mesmo intervalo de 2010 e 2011. Na Multiplan, a segunda maior companhia do setor, os números foram 8,6%, 14,5% e 12% nos mesmos períodos. Ou seja, há crescimento no valor absoluto do aluguel pago, mas existe uma perda de velocidade.

Os números não chegam a preocupar excessivamente os analistas porque alguns indicadores gerais das empresas continuam sólidos - Ebitda e lucro líquido dos grupos cresceram de forma consistente de janeiro a setembro de 2012.

Uma das explicações a serem dadas pelas empresas para o desaquecimento deve ser a alta base de comparação. Os comandos das companhias devem comentar os resultados durante a divulgação oficial dos dados, em fevereiro. Na análise dos shoppings, o bom desempenho de 2011 explicaria um indicador mais modesto agora.

Um dos bons indicadores nesse sentido é a taxa de ocupação dos shoppings, indicador fundamental para entender as perspectivas de retorno para um empreendimento. Na BRMalls, a taxa de ocupação média foi de 98,3% no quarto trimestre. No final de 2012, dos 51 shoppings da empresa, 27 apresentaram mais de 99% de ocupação. Na Multiplan, a taxa atingiu 98,1%.



Veículo: Valor Econômico


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