A varejista de vestuário Marisa apresentará hoje, após o pregão, mais um trimestre de bons resultados, com crescimento de dois dígitos nas vendas "mesmas lojas", diminuição das promoções e melhor resultado financeiro. O lucro líquido pode crescer 166%, segundo a média de projeção dos analistas de Votorantim, CGD Securities e Fator, segundo antecipou ontem o Valor PRO, serviço em tempo real do Valor.
Renato Prado, do Fator, projeta aumento de 12% nas vendas "mesmas lojas" - ou seja, em unidades abertas há mais de um ano. O número é bastante expressivo, principalmente se comparado à queda de 0,2% do mesmo indicador registrado pela Hering no período.
Segundo Prado, a boa performance da Marisa serão puxadas pela melhora no mix de produtos das lojas. Com objetivo de aumentar as suas vendas por metro quadrado, a Marisa inseriu calçados, linha de tamanhos grandes e roupas para trabalho no seu portfólio.
Apesar de permanecer forte, o desempenho da varejista em vendas "mesmas lojas" desacelerará em relação ao terceiro trimestre, período em que o indicador cresceu 17%, afirma Prado.
No total, a receita líquida com venda de mercadorias (exclui a operação de financiamento aos clientes) será de R$ 804,3 milhões, alta de 23,5% sobre o quarto trimestre de 2012, de acordo com o Fator.
O Goldman Sachs também prevê aumento próximo a 12% nas vendas mesmas lojas do quarto trimestre.
A melhora da margem bruta, uma das prioridades da Marisa para este ano, pode já aparecer nos números do quarto trimestre. A margem bruta do varejo da companhia, subirá, embora não alcance ainda os níveis de 2010, escreveu o Goldman Sachs. Para suas analistas Irma Sgarz e Rachel Rodrigues, o momento positivo de vendas pode acarretar uma diluição das despesas que, somada ao aperto dos gastos, deve conduzir a um ganho de margem Ebitda do varejo (exclui a operação de financiamento ao cliente).
Com expectativa de um nível mais alto de diluição de despesas daqui para frente, o Goldman aumentou suas estimativas de ganho por ação da Marisa entre 2012 e 2014 em 8%, na média, segundo relatório recente.
A CGD Securities (ex- Banif) calcula expansão de 146%, para R$ 89 milhões no lucro líquido da varejista em relação a 2011. Na mesma comparação, a receita líquida consolidada subirá 17,7%, para R$ 901 milhões.
A analista Julia Monteiro, da CGD, diz que os resultados da empresa serão impulsionados pela diminuição das promoções e bom desempenho das novas linhas de produtos. "Com a queda de juros, prevemos também uma melhora no resultado financeiro", disse a analista.
Para os analistas Luiz Cesta e Paulo Prado, da Votorantim Corretora, o ganho final da varejista subirá 178%, para R$ 100,9 milhões, em relação ao mesmo período do ano passado. Eles projetam um crescimento de 16%, para R$ 887,5 milhões, na receita líquida consolidada da companhia, puxada pela melhor administração de estoques, diminuição nas promoções e incremento do mix.
Veículo: Valor Econômico