Empresa reinventa forma de consumir produto orgânico

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Amigos de infância criam supermercado virtual, promovendo a ligação entre consumidores e produtores


A ideia de dois amigos de escola no Rio de Janeiro resultou em um negócio lucrativo, após perceberem que havia um “buraco” na cadeia entre o consumidor e o produtor de alimentos orgânicos e naturais. Alexandre Icaza foi quem teve a ideia, mas quem a colocou em prática foi o atual CEO da empresa, Marcelo Schiaffino, dando início a um supermercado virtual chamado de Organomix, no qual podem ser adquiridos produtos diferenciados e livres de agrotóxicos.

“Observamos que havia uma dificuldade de encontrar os alimentos orgânicos e ainda inseri- los no nosso cotidiano. Geralmente, não encontramos todos os produtos em um só lugar, devido às dificuldades que os produtores têm na distribuição, uma vez que 85% deles possuem estrutura familiar, sem uma infraestrutura adequada”, conta Schiaffino.

A partir de então, decidiram entrar no segmento de e-commerce para facilitar a compra, sem que o consumidor tenha que se preocupar em não encontrar o produto. Após o início, em maio de 2012, o primeiro passo foi conversar com os produtores locais para chegar a um acordo sobre o melhor ponto para serem realizadas as entregas. Assim, sem complexidade logística, os custos diminuíram. “O consumidor reclamava muito do preço dos produtos nos supermercados convencionais, que era alto por ser uma cadeia com alto custo logístico e o fato de a oferta estar pulverizada”, diz o empresário.

“Com base em nossa vasta experiência em comércio eletrônico e logística, criamos o supermercado on-line com a missão de oferecer ao agricultor uma forma rentável para vender seus produtos alcançando um público mais distante e que demonstra interesse na alimentação saudável. Além disso, oferecemos ao consumidor a oportunidade de encontrar todos os itens em um só lugar, sem sair do conforto da sua casa”, afirma o CEO.

O serviço é semelhante ao de um clube de assinaturas. O cliente se cadastra e envia por e-mail uma lista de produtos e a periodicidade para o recebimento. A partir desse momento, o supermercado virtual realiza a compra e a entrega, de acordo com o combinado. Além disso, as entregas são agendadas e acontecem de terça- feira a sábado. No caso de frutas, verduras e legumes, a entrega acontece no dia seguinte à compra, por conta dos produtos serem perecíveis. De segunda à sábado são entregues os demais produtos naturais, que não estragam tão facilmente e nem precisam ser retirados da horta. Diante disso, o sucesso foi imediato. De maio a dezembro, a empresa cresceu mais de 400%. Com a expansão forte no Rio de Janeiro, o executivo já planeja abrir um supermercado virtual que atenda a região de São Paulo, com previsão de início no segundo semestre. Em relação a criação de uma loja física, ele não descarta a iniciativa, mas prefere tomar uma decisão de cada vez.

Para arcar com toda a demanda, a empresa conta com um centro de distribuição, próximo à entrada da cidade, para facilitar a logística do produtor e por ser de fácil acesso às regiões de maior demanda, a Sul e a Oeste. Além disso, uma equipe de 10 pessoas cuida somente da parte dos pedidos, para que o cliente receba o item no dia certo.

De acordo com Schiaffino, o público que mais utiliza o site é formado por mulheres entre 35 e 45 anos, com gasto médio de R$ 150 por compra, duas vezes por mês. No entanto, o público masculino está aderindo à ideia e ao consumo natural a cada mês. Cada cliente pode escolher um tipo de serviço que melhor lhe agrade, como agendando das datas de entrega, optar por receber os mesmo alimentos semanalmente ou mensalmente e escolher se quer pagar antes ou depois de recebê-los. “Nosso intuito é mesclar comodidade com qualidade”, diz o CEO.


Veículo: Brasil Econômico


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