Em dezembro foi o tomate. Agora, a batata é a vilã da vez na cotação da cesta básica em Rio Preto, com alta de quase 30%. Seguindo a tendência apresentada em dezembro, o índice fechou janeiro com alta de 4,49%, em relação ao mês anterior, o maior valor desde janeiro de 2012, quando fechou com 5,28% de elevação. O valor médio praticado pela cesta básica no mês foi de R$ 885,56, o maior já registrado desde que a pesquisa começou em 2010. A pesquisa, que é feita pela Faculdades Integradas Dom Pedro 2º e que divulga mensalmente a variação da cesta básica em Rio Preto, mostrou ainda que o índice possui um acumulado de 8,19% nos últimos 12 meses.
Entre os produtos pesquisados, o principal vilão da alta de janeiro foi a batata, com variação positiva de 29,8%. O vegetal, que vem de uma baixa de 2,1% em dezembro, apresentou, durante todo o ano de 2012, certa inconsistência no preço, passando de altas consideráveis em alguns meses para baixas em outros. Em janeiro, o preço médio de um quilo de batata era de R$ 3,07. Em segundo lugar entre os produtos que mais pressionaram está o tomate. O fruto, que foi o principal responsável pela alta da cesta em diversos meses do ano de 2012, apresentou alta de 18,37% em janeiro, praticamente o mesmo valor da alta registrada em dezembro, quando subiu 18,5%. O preço médio de um quilo do produto em janeiro era de R$ 4,84.
Dos 15 produtos levados em conta pela pesquisa, nove deles apresentaram alta no mês de janeiro. Além da batata e do tomate, a laranja (17,71%), o arroz (9,15%), a banana (6,32%), o frango (5,38%), o feijão (1,69%), a carne (0,73%) e o pão (0,06%) contribuíram para o aumento no mês. Já o leite (-4,43%), a margarina (-3,47%), a farinha (-3,17%), o café (-1,17%), o óleo (-0,67%) e o açúcar (-0,52%) foram os produtos que apresentaram redução em seus preços durante o mês de janeiro.
Segundo o economista Hipólito Martins Filho, coordenador da pesquisa, a alta é reflexo dos mesmos fatores que estão afetando os alimentos nos últimos meses. “Temos os problemas climáticos e o aumento da renda que influenciam diretamente na alta dos produtos. A renda real teve alta de mais de 5% e isso impacta diretamente nos preços dos produtos, já que aumenta o consumo. E enquanto tivermos o choque de oferta, com a grande procura de produtos e a baixa produção, teremos alta nos preços”, afirma.
No entanto, mesmo com a segunda maior alta do ano e o maior valor médio da cesta, a variação entre a cesta mais cara e a cesta mais barata registrou uma pequena redução em janeiro, passando de 74,28% em dezembro, para 72,65% em janeiro. A cesta básica mais barata encontrada pela pesquisa em janeiro saía por R$ 673,35, enquanto que a mais cara custava R$ 1.162,57.
Em relação às expectativas para os próximos meses, o economista não é muito otimista. Segundo ele, a curto e médio prazo a pressão dos alimentos deve continuar. “Pelo menos até o segundo semestre as coisas devem continuar mais ou menos como estão. No entanto, com a melhoria nos problemas climáticos lá fora e o aumento na produção agrícola, inclusive com o crescimento da safra no Brasil, pode ser que consigamos equilibrar um pouco a situação. Além disso, as altas não são sinal de descontrole, são aumentos dentro do esperado”, conta Filho.
Veículo: Diário da Região - SP