Pesquisa da Proteste revela que 36% dos pesquisados preferem fazer compras nas lojas a caminho de casa ou do trabalho
Preços bons aparecem em segundo lugar, sendo motivo de decisão para 20,2%
Segundo a entidade, resultados revelam descuido do consumidor com o orçamento doméstico
A praticidade vence a economia quando o assunto é encher os armários da cozinha. Uma pesquisa realizada pela Proteste - Associação de Consumidores com 1.822 brasileiros revelou que 35,6% optam por fazer compras nas lojas que estão no caminho de casa ou do trabalho. Preços bons aparecem em segundo lugar, sendo motivo de decisão para 20,2% dos pesquisados. A variedade de produtos e marcas é a principal escolha para 12% dos que responderam. Para a coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci, o resultado revela um descuido dos consumidores com o orçamento doméstico e preocupa.
Optando pela comodidade em vez do preço mais baixo, os consumidores deixam de economizar, o que lá na frente pode ser determinante para se contrair dívida ou entrar no vermelho.
— Falta de tempo não é desculpa para deixar de pesquisar. Ainda mais num país com o nível de endividamento tão alto quanto o nosso. Basta a pessoas se planejarem. O recomendável, na medida do possível, é que se compre os produtos mais em conta de cada estabelecimento — recomenda Maria Inês.
A pesquisa foi feita por meio de um questionário enviado por e-mail para uma amostra da população brasileira entre os meses de março e abril de 2012. O objetivo era medir a satisfação dos consumidores em relação às lojas visitadas, além de compreender os hábitos de compras em quatro tipos de lojas: hipermercados (caracterizados por terem 45 mil itens à venda e mais de 50 caixas), supermercados (7 mil itens disponíveis e entre duas a sete caixas), lojas de sortimento limitado (média de 700 itens e entre uma e quatro caixas) e lojas de conveniência (média de mil itens e entre um e três caixas).
O estudo também mostra que o valor das compras depende do tamanho do estabelecimento e da quantidade de integrantes da família. Quanto maior a oferta de itens, mais as famílias gastam. Na última ida ao mercado, os consumidores que foram ao hipermercado gastaram, em média, R$ 342; no supermercado, o gasto foi de R$ 260; e nas lojas de sortimento limitado e de conveniência, de R$ 173 e R$ 83.
— Uma forma de evitar gastos desnecessários é nunca ir ao supermercado sem a lista. Tendo ela, você tende a se focar naquilo que anotou, e que geralmente é o que não tem mais em casa. Assim, o consumidor não vai comprar produtos dos quais não precisa naquele momento — orienta Maria Inês.
Nas residências com mais de seis pessoas, o gasto médio nos hipermercados é de R$ 434 por visita. Enquanto nas famílias com apenas duas pessoas, o gasto é de R$ 375.
Supermercados são os mais procurados
Das 1.817 visitas mencionadas pelos entrevistados, a maioria foi realizada em supermercados. Também foi perguntado às pessoas se elas têm o hábito de pagar contas de gás, de luz ou qualquer outra nesses tipos de lojas. Apenas 7% responderam positivamente. Aquelas que fazem compras em supermercados e lojas de conveniência são as que mais aproveitam essa facilidade.
Ao responder o que haviam colocado no carrinho na última compra, 82% disseram comida e bebida, higiene pessoal (64%), produtos de limpeza (62%) e cosméticos (19%). Apenas 2% das pessoas compraram brinquedos ou jogos. A forma de pagamento preferida dos pesquisados é o cartão de crédito (31,5%), seguida pelo cartão de débito (26,9%) e dinheiro (25,7%).
Veículo: O Globo - RJ