Indústria de eletroeletrônicos amplia número de lojas próprias

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A migração da indústria para o varejo começa a figurar no setor de eletrônicos, depois de o fenômeno se revelar um sucesso nas áreas de alimentação e vestuário. O fenômeno começou a virar moda a partir do momento em que fabricantes como Samsung, Sony e Semp Toshiba perceberam que só conheceriam melhor o seu consumidor final se disponibilizassem os seus produtos em pontos de venda. Despontam, assim, lojas espalhadas em shopping centers e até estádio de futebol.

"Nós queríamos escutar o consumidor diretamente. Almejávamos saber a opinião do cliente em relação ao material, que lhe estava sendo ofertado. A loja serve como cobaia dos produtos para os consumidores", disse Érico Souza, gerente da Sony Store.

O objetivo principal dos players é se aproximarem ao máximo dos seus compradores, por acreditarem que as intermediações do varejo tradicional contaminam o contato mais estreito entre cliente e fábrica.

Por isso, ao desenvolverem os pontos de venda, os grupos resolveram primar por espaços personalizados, atendimento especializado e catálogos completos de suas linhas de produção.

"A loja é tecnológica e altamente conectada. Nela, o cliente pode mexer em todos os produtos e se informar sobre todos os serviços disponibilizados", disse Demétrius Oliveira, gerente sênior de vendas em massa da gigante Samsung.

A intenção principal não é vender, mas proporcionar uma vivência maior do cliente com a linha de produção da marca. "O objetivo é gerenciar ao cliente uma experiência de uso do produto. Vamos fazer pesquisas e testes com o consumidor neste local", disse o diretor de marketing da Semp Toshiba, Eduardo Toni.

Cases de sucesso

A Sony abriu o seu primeiro ponto de venda no Brasil em 2008, e já possui atualmente 9 lojas próprias em atividade, distribuídas por todo o País. Os últimos dois empreendimentos foram inaugurados nos shoppings Rio Mar, em Recife (PE), e no Park Shopping Barigui, em Curitiba (PR). "Nas duas unidades, as vendas ultrapassaram 70% das nossas expectativas", disse Erico Souza.

Segundo o executivo, a ideia de transitar entre indústria e loja surgiu do fenômeno, que já era bastante difundido no cenário internacional. A empresa, de origem japonesa, tem atualmente cerca de 160 lojas próprias espalhadas por todo o globo. No caso da Samsung, não foi diferente. O sistema de franquias - única empresa entre as entrevistadas a adotar este tipo de operação - já era uma estratégia global da rede, de nacionalidade sul-coreana. Apesar disso, o projeto só foi implementado no País no ano passado, quando foi lançada a primeira unidade no Shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo. O novo empreendimento deu tão certo que a rede detém hoje 10 lojas franqueadas, distribuídas por vários estados brasileiros.

As últimas inaugurações foram mês passado, no Boulevard Shopping, em Belém (PA), e no Shopping Dom Pedro, em Campinas (SP).

A inauguração mais recente, no entanto, é da Semp Toshiba, que descompassou dos outros players na escolha do ponto de venda - na maioria localizados em shopping centers. Aproveitando a parceira que já dispunha com o clube de futebol São Paulo, abriu a loja no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, de propriedade do time paulista.

"Visamos ao movimento proporcionado pela arena,e não só nos dias de jogo", explicou Eduardo Toni.

Com investimentos de R$ 500 mil, o empreendimento visa a ser uma verdadeira vitrine da marca, uma loja-conceito. Por isso, a unidade não tem estoque e, caso a pessoa compre o material ali mesmo, ela não poderá retirá-lo no local - o mesmo lhe será entregue em casa.

Concorrência

A movimentação da indústria certamente não ignora a vinda da multinacional Apple ao Brasil - ainda sem previsão de chegada. Segundo reportagens anteriores, a gigante norte-americana lançará a sua primeira loja Apple Store, operação bastante conhecida no exterior, no Rio de Janeiro, o que promete acirrar a concorrência com os outros players, instalados há mais tempo no País.

Atualmente, seus produtos são vendidos por meio da loja virtual (e-commerce) e de revendedoras autorizadas.

Já na opinião de Demétrius Oliveira, porta-voz da Samsung, os bons resultados do setor refletem o hábito do brasileiro de estar sempre antenado quando o assunto é tecnologia.

"Cada vez mais, a população quer saber das coisas, se conectar ao mundo. E esse é o primeiro passo para ela querer adquirir smartphones, tabletsnotebook, etc.", disse o executivo.

Outro fator relevante é a mudança de olhar dos brasileiros sobre o status dos produtos de alta tecnologia. "Um celular já não é mais considerado um produto de luxo", acrescentou.



Veículo: DCI





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