Pela primeira vez na história da China, a produção de milho supera a de arroz.
A mudança da economia chinesa na última década e a saída de grande parte dos chineses do campo em direção às cidades fizeram com que o tradicional alimento perdesse espaço.
Além disso, a consequente inserção de novos consumidores mais exigentes no mercado abriu caminho para produtos mais sofisticados, como as proteínas.
A formação de grandes conglomerados agroindustriais nos últimos anos, voltados principalmente para a produção de proteínas, aumentou a exigência do uso do milho naquele país asiático.
Os chineses não só elevaram a produção interna desse cereal como também já são obrigados a entrar no mercado externo para completar a demanda chinesa.
No início dos anos 2000, os chineses destinavam 30 milhões de hectares para a produção de arroz, a mesma área semeada em 2012. Nesse mesmo período, o plantio de milho saiu de 23 milhões de hectares para 35 milhões, com avanço de 52%.
O consumo crescente de carnes no país vai exigir um volume ainda maior de milho, produto básico na ração animal.
Diante disso, os chineses têm investido na melhoria da cultura, buscando produtividade maior. Em 2000, a produção de milho era de 4.600 quilos por hectare. Os asiáticos terminaram 2012 com uma produção média de 6.000 quilos, uma evolução de 52%.
No mesmo período, o aumento da produtividade do arroz foi de apenas 6% por hectare.
No início dos anos 2000, os chineses produziam 188 milhões de toneladas de arroz em casca. Pouca coisa mudou 12 anos depois, quando a safra atingiu 204 milhões.
Já a produção de milho, que era de apenas 106 milhões de toneladas em 2000, atingiu 208 milhões no ano passado.
A exemplo dos chineses, os produtores brasileiros também elevaram, em muito, a produção (70%) e a produtividade (43%) do milho. A diferença, no entanto, é que o país continua avançando também na produção de arroz, embora com área menor. O avanço se deve ao incremento de 52% na produtividade do arroz nesse período.
Veículo: Folha de S.Paulo