Produtores pedem ordenamento na entrada do produto durante o ano para evitar importação no período de safra brasileira
O governo admite a possibilidade de adoção de barreiras ao arroz importado dos sócios do Mercosul. Segundo informou nesta terça-feira o Ministério da Agricultura, uma equipe técnica vai analisar a principal reivindicação da cadeia produtiva do grão, que consiste no ordenamento na entrada do produto durante o ano, evitando-se, principalmente, o período de safra brasileira.
Segundo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, é obrigação do governo proteger os produtores nacionais de arroz, levando em consideração as demandas da industria e dos consumidores.
- A intenção é buscar o equilíbrio ao longo da cadeia e combater a inflação - disse.
O presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz, Francisco Schardong, defendeu o estabelecimento de cotas do produto vindo dos países do Mercosul a fim de combater o aviltamento dos preços. Outro aspecto apontado pelo Schardong é quanto ao custo de produção do arroz nacional, bem mais alto do que dos demais países do Mercosul.
- Não somos contra a indústria comprar o produto da Argentina, do Paraguai e do Uruguai. Queremos o livre comércio. Assim como indústria pode comprar o arroz, nós também queremos comprar os insumos de lá, que são em média 40% mais barato que no Brasil - explica.
Daire Paiva Neto, vice-presidente da Federarroz, lembrou que, na safra passada, os preços foram internamente pressionados quando entraram 125 mil toneladas do arroz, prejudicando a comercialização e o produtor brasileiro. Ele também é de opinião que o produtor tenha acesso aos insumos do bloco.
Veículo: O Globo - RJ