A finalização do acordo sobre os requisitos fitossanitários que possibilitará a importação de trigo da Rússia pelo Brasil e o protocolo de cooperação para o fornecimento de farelo de soja do Brasil foram assuntos tratados por técnicos durante a segunda reunião do Comitê Agrário Brasil-Rússia que ocorre no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No entanto, segundo o governo, o documento final só será assinado pelo ministro Mendes Ribeiro e pelo ministro da Agricultura da Federação Russa, Nikolay Fedorov, hoje, em Brasília.
Por meio de nota do Ministério da Agricultura, o secretário de Relações Internacionais, Célio Porto, agradeceu o esforço das autoridades russas para equacionar as pendências entre os dois países.
O diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Cosam Coutinho, afirmou que as exportações de trigo da Rússia para o Brasil estarão liberadas assim que o acordo for assinado.
"Essa negociação entre os dois países já leva alguns anos e a abertura das importações para o comércio de trigo russo pode suprir uma carência que o Brasil tem em relação ao produto", explicou Coutinho.
Da pauta de discussões também fazem parte temas como procedimentos para certificação de produtos exportados à Rússia e certificados sanitários internacionais para as carnes de suínos e de aves e para rações.
Ontem, os dois países se reuniram para tratar de assuntos relacionados à cooperação bilateral em áreas como a de pesquisa científica, tecnológica e educativa, com representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Embargo
O embargo da Rússia às carnes do Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul não foi tratado diretamente na reunião. Para o Ministério da Agricultura, ele já está resolvido. Cabe aos frigoríficos interessados em vender ao mercado russo cumprir as exigências impostas pelo maior importador de carne suína e bovina produzida no Brasil. O secretário de Defesa Agropecuária Ênio Marques considera o assunto encerrado.
"Os estabelecimentos em todos os estados do Brasil que foram vistoriados pelos russos em número de 20 na última missão, e um outro tanto que eu não me lembro em relação à penúltima missão, têm que cumprir um plano de ação corretiva em cima das exigências apresentadas na visita que os russos fizeram a cada unidade dessas. No dia em que os russos acharem que essas exigências foram cumpridas, os estabelecimentos voltarão a exportar", disse Marques.
O secretário de Defesa Agropecuária também comentou que três missões brasileiras começam a visitar neste mês os 12 países que fazem restrição à carne brasileira por causa da ocorrência do caso atípico de vaca louca que aconteceu em 2010, em uma fazenda no Paraná. O secretário reiterou que se os países não retirarem o embargo, o Brasil entrará com ações específicas contra eles na OMC.
Veículo: DCI