Expansão do Uai prevê mall em comunidades

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A rede mineira de shoppings populares Uai Shopping não para de crescer. Após dobrar o faturamento em 2012 na comparação com 2011, a empresa planeja duas inaugurações para o segundo semestre deste ano. Uma delas será em Manaus, na região Norte do país, e outra na comunidade carioca do Complexo do Alemão. Os projetos demandarão cerca de R$ 28 milhões, montante financiado por meio de investidores.

Conforme o diretor da rede Uai, Elias Tergilene, a entrada do grupo na comunidade marca o início de uma nova fase. A ideia, desenvolvida em parceria com Celso Athayde, que por anos atuou na Central Única das Favelas (Cufa), teve início após a pacificação, quando o comércio das comunidades começou a acumular sucessivos prejuízos. "O tráfico irrigava toda a economia desses conglomerados, o que é preocupante. Isso porque não é possível manter a pacificação sem que a população tenha dinheiro no bolso", analisa Tergilene.

Assim, o projeto do empreendimento foi todo adaptado para que ele pudesse satisfazer os moradores do Alemão, um universo formado por 200 mil pessoas. No total, serão 500 lojas, com área entre 15 e 30 metros quadrados. Em um shopping convencional, os estabelecimentos têm, em média, de 60 a 120 metros quadrados. A Área Bruta Locável (ABL) do centro de compras será de 8 mil metros quadrados.

Os proprietários dos estabelecimentos devem ser os próprios moradores da comunidade. "O consumo dentro da comunidade é grande e lá dentro já existem empreendedores aptos a supri-lo. Portanto, é necessário identificar e cadastrar esse exército de empresários para que seja possível gerar um ciclo de emprego e renda dentro dos conglomerados", argumenta. Os preços dos produtos ofertados no shopping também estarão de acordo com o rendimento das pessoas que habitam o local.

A expectativa é de que o shopping gere 6 mil empregos diretos - profissionais de vendas, segurança, limpeza e manutenção. Todas as vagas de trabalho devem ser preenchidas por moradores do Alemão.

Além do variado mix de lojas, que deve integrar vestuário feminino e masculino, eletrônicos, brinquedos, calçados, cosméticos e perfumaria, opções de lazer, carro-chefe de qualquer centro de compras, não vão faltar no Uai do Alemão. Serão construídas salas de cinema, com ingressos a R$ 5, valor bem mais em conta frente à média de R$ 20 cobradas pelos demais empreendimentos.

Para Tergilene, o principal diferencial é que as salas podem ser adaptadas. Ou seja, nos horários nos quais não estão previstas exibições de filmes, o espaço será transformado em um auditório, onde serão ministrados cursos e palestras com o objetivo de capacitar mão de obra dentro da comunidade. "A meta é mostrar, principalmente para os jovens, que a criminalidade não é a única forma de ganhar dinheiro e incluí-los na economia formal", salienta Tergilene.

Além disso, será construída uma praça de alimentação, com espaço voltado para eventos e shows. "Nele, as crianças, que nunca tiveram a chance de comemorar um aniversário, vão poder celebrar. Trata-se de uma maneira de gerar renda e mudar a cultura dos moradores da comunidade", diz.

Outros projetos - A entrada do Uai em complexos não se restringe ao Alemão. Tergilene adianta que já estão sendo realizados estudos no Aglomerado da Serra e no Morro do Papagaio, conglomerados localizados na região Centro-Sul de Belo Horizonte. "Precisamos identificar a vocação econômica de ambas as comunidades e traçar um projeto capaz de atender às necessidades dos moradores da maneira mais adequada", avalia.

Além dos aglomerados, a Rede Uai vai concluir a reforma do Uai Ponto Venda Nova, em região homônima, também em Belo Horizonte. O investimento no projeto, que teve início no ano passado, foi de R$ 30 milhões.

Tergilene anunciou também que, recentemente, o Uai comprou participação no Shopping Oiapoque, maior centro de compras popular instalado no hipercentro da Capital. Embora não tenha revelado detalhes referentes à operação, ele afirma que o objetivo é unir forças para manter o processo e melhorar as condições e legalizar o trabalho de ex-camelôs.

Além disso, após dois anos embargado, o projeto do Shopping Popular de Manaus, conhecido como Road Way, que deve abrigar 1,7 mil vendedores ambulantes, anteriormente espalhados pelas ruas da capital do Amazonas, deve finalmente sair do papel. A previsão de inauguração está mantida para o fim do segundo semestre.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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