A General Electric (GE) está processando a concorrente Whirlpool e dois fornecedores europeus, sob a alegação de que as empresas formaram um cartel para fixar preços que levou a GE a pagar mais caro por peças para seus refrigeradores.
A GE alega que foi prejudicada por uma conspiração internacional para a fixação de preços a "níveis além dos competitivos", visando diminuir sua capacidade de produção e limitar a disponibilidade de produtos. Por trás desta conspiração estaria um grupo de fabricantes globais de compressores para refrigeradores.
O processo foi aberto contra a Embraco North America, um empreendimento controlado pela Whirlpool, pela Danfoss da Dinamarca e pela Household Compressors Holding, uma companhia italiana anteriormente conhecida como Appliances Componentes Companies.
"Estamos estudando o processo e no momento não temos comentários a fazer, exceto que a Embraco não acredita ter provocado nenhum dano à GE", disse ontem um porta-voz da Whirlpool por e-mail. Nenhum representante da Danfoss e da Household foi encontrado ontem para entrevistas.
O caso da GE acontece depois que a Embraco e a Panasonic declararam-se culpadas em 2010, de acusações federais de fixação de preços para compressores de geladeiras entre outubro de 2004 e dezembro de 2007. As duas companhias concordaram em pagar uma multa de US$ 140,9 milhões.
O processo de 79 páginas da GE alega que os réus se reuniram repetidas vezes por anos para forçar uma alta nos preços dos compressores além daquela que seria estabelecida pelo mercado.
Uma das táticas, segundo a GE, foi coordenar uma estratégia de barganha que incluiu apresentar um forte aumento de preços e depois acertar uma ligeira redução.
A GE diz que as companhias marcaram uma reunião em Joinville, no Brasil, em 2004, para anunciar um aumento global de preços de 8% a 10%, com o objetivo de negociar uma alta de 6%.
A GE afirma que o cartel também a privou de "inovações que teriam resultado em aumento da eficiência, além de melhoria das receitas e dos lucros, em suas vendas de refrigeradores e outros equipamentos de refrigeração", segundo afirma o processo, movido no fim da semana passada em Louisville, Kentucky, onde fica a sede das operações de utensílios domésticos da GE.
A GE quer que o caso vá a julgamento, onde tentará obter três vezes o montante de perdas monetárias que ainda não foram fixadas.
O conglomerado industrial tentou vender suas operações de utensílios, mas o esforço foi suspenso pela crise financeira. Agora, a GE está no meio de uma tentativa de revitalização do negócio, em que vai gastar cerca de US$ 1 bilhão para melhorar toda a sua linha de produtos em quatro anos. O grupo reabriu suas linhas de produção em Louisville e contratou 2.500 pessoas em 2012. Mas esta semana, iniciou uma paralisação de cinco semanas em um turno de sua linha de refrigeradores, para escoar o excesso de estoque.
Veículo: Valor Econômico