O Brasil vai investir R$ 2,3 milhões até o próximo ano para promover a exportação do leite nacional. A meta é exportar até o final de 2014 mais de US$ 82 milhões de leite e derivados. Para alcançar o resultado, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) firmaram ontem um convênio.
Desde 2008, o País deixou de ser exportador de leite e passou à condição de importador de leite. A crise internacional provocou recuo nas compras e aumento o protecionismo no mercado mundial. A expectativa do governo é que, em uma década, a exportação de leite, queijos, manteiga e demais derivados chega a R$ 1 bilhão.
O governo vai disponibilizar montante de R$ 1,9 milhão e a OCB arcará com R$ 372 mil. Após dois anos, poderão ser investidos novos valores. Por meio do convênio, deverá ser concedido crédito subsidiado aos produtores para aquisição de 3.600 itens, como tratores, ordenhadeiras e resfriadores. O crédito será disponibilizado dentro do Programa Pronaf Mais Alimentos, com cobrança de juros de 2% ao ano.
Caberá à OCB estimular a adesão do setor, que é muito capilarizado, e à Apex-Brasil promover os produtos no exterior, colocando frente a frente vendedor e comprador, destaca Rogério Bellini, diretor de Negócios da agência. Serão convidados a visitar o Brasil importadores, jornalistas e formadores de opinião estrangeiros para conhecer o trabalho do setor e fazer negócios.
Os mercados mais visados são: Angola, Arábia Saudita, Argélia, China, Egito, Emirados Árabes, Iraque e Venezuela. O governo deverá ampliar a assistência técnica aos produtores.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, destacou que a iniciativa beneficia a agricultura familiar, que responde por 50% da produção nacional de leite. O setor de lácteos emprega 4,7 milhões de pessoas, sendo 4,3 milhões no campo.
Para o presidente da OCB, Márcio de Freitas, o sistema cooperativo "existe com a função de ajudar o empreendedor e não de atrapalhar".
Segundo Freitas, as cooperativas facilitam ao produtor o fechamento de negócios.
"A cadeia tem que estar organizada para que todos os elos da corrente estejam próximos de suas forças, envolvendo o produtor, a indústria, a cooperativa e a estrutura comercial, com a logística do mercado", diz.
Serão feitas missões a países como Angola, a Arábia Saudita, Argélia, os Emirados Árabes, a Venezuela, China, o Iraque e Egito.
A meta é ampliar as exportações brasileiras do setor em 30% até 2014.
Durante a assinatura do acordo que aconteceu nesta quinta-feira (21) esteve presente no auditório do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.
Ainda compareceram, o secretário nacional da Agricultura Familiar, Valter Bianchini, o diretor de Negócios da Apex-Brasil, Rogério Bellini, e o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas.
Veículo: DCI