Resultado anualizado do quarto trimestre foi o menor desde o primeiro trimestre de 2011; analistas previam 0,5%
A economia dos Estados Unidos cresceu muito pouco no quarto trimestre, embora um desempenho um pouco melhor nas exportações e menos importações tenham levado o governo a descartar uma estimativa anterior, que indicava contração. O Produto Interno Bruto (PIB) americano cresceu a uma taxa anual de 0,1%, informou ontem o Departamento de Comércio, ante alta de 0,5% prevista por analistas em pesquisa da Reuters.
A taxa de crescimento foi a mais lenta desde o primeiro trimestre de 2011, e distante do que é necessário para alimentar uma queda mais veloz na taxa de desemprego. Entretanto, muito da fraqueza veio de uma desaceleração no acúmulo de estoques e uma forte queda em gastos militares. A expectativa é que esses fatores sejam revertidos no primeiro trimestre.
Os gastos do consumidor foram mais robustos comparativamente, embora tenham apenas expandido a uma taxa anual de 2,1%.
Como os gastos domésticos alimentam cerca de 70% da atividade econômica nacional, esse ritmo ainda fraco de crescimento sugere que o impulso na economia foi bem modesto ao entrar no primeiro trimestre, quando apertos fiscais significativos começaram.
Inicialmente, o governo havia estimado que a economia encolhera a uma taxa anual de 0,1% nos últimos três meses de 2012. Isso havia chocado os economistas. O relatório de ontem mostrou que as razões do declínio foram, em sua maioria, aquelas que já tinham sido inicialmente estimadas. Os estoques subtraíram 1,55 ponto porcentual da taxa de crescimento do PIB durante o período, um peso um pouco maior do que o estimado inicialmente. Os gastos com a defesa caíram 22%, cortando 1,28 ponto do crescimento, como na estimativa anterior.
Pontos positivos. Porém, houve alguns pontos relativamente positivos. As importações caíram 4,5% no período, o que favoreceu a taxa de crescimento geral, porque foi uma queda maior do que no terceiro trimestre. A compra de mercadorias de estrangeiros tira dinheiro da economia, subtraindo do crescimento econômico.
O que também ajudou a reverter a visão inicial de contração foi o fato de as exportações não terem caído tanto durante o período quanto o governo havia calculado ao divulgar sua preliminar do PIB em janeiro. As exportações foram afetadas por uma recessão na Europa, desaceleração da economia chinesa e problemas portuários relacionados a tempestades.
Excluindo o volátil componente dos estoques, o PIB subiu a uma taxa revisada de 1,7%, em consonância com as expectativas. A alta das vendas finais de bens de serviços havia sido estimada anteriormente a um ritmo de 1,1%.
Os gastos empresariais foram revisados para mostrar mais crescimento durante o período do que o previsto inicialmente, acrescentando cerca de 1 ponto porcentual à taxa de crescimento.
Veículo: O Estado de S.Paulo