Açaí e farinha: aumento nos preços

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A alimentação do paraense está batendo recordes de alta nos preços a cada mês, tornando o custo de vida no Estado um dos mais altos do País. É o que aponta a mais recente pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A maior prova disso é o aumento nos preços de dois produtos tradicionais na mesa dos paraenses: o açaí e a farinha de mandioca. De acordo com os dados, no período entre janeiro do ano passado ao início desse ano, o preço do açaí do tipo médio subiu 20,58%. No mesmo período, a farinha apresentou um aumento assustador: 104,73%.

Com o litro de açaí médio custando em média R$12,42 e a farinha de mandioca chegando a R$6,06, o tradicional açaí com farinha pode chegar a quase R$ 20 para a população. A vendedora Cinthia Marques, que possui um ponto no mercado do Ver-O-Peso, reclama do preço da farinha. “Um saco de 30 quilos chega a R$ 150, e aqui dura só uma semana. O preço do açaí também está muito caro, a refeição com ele ta saindo R$ 14”, explica.

Com esse aumento, para grande parte da população, fica difícil comprar os dois alimentos, principalmente os que têm renda mais baixa. Cinthia reclamou ainda da qualidade do açaí. “Agora também o açaí vem todo congelado, sem gosto, nem tem mais aquele sabor de açaí. Só mesmo quem gosta muito tem comprado nessa época”, comenta.

Opinião parecida com a da também vendedora Socorro Tavares, que possui uma ponto de venda há mais de quarenta anos no bairro do Jurunas: “também porque o açaí está vindo de diversos lugares, outros Estados. Aí passam até três dias nesse transporte, o que faz a qualidade cair bastante”.

A vendedora Nazaré Souza trabalha na Cidade Nova, mas todos os dias vai ao Ver-O-Peso comer o peixe frito com açaí e farinha. “A gente sabe que têm dias que está mais alto e têm aquela época em que está tudo barato. É algo que eu pelo menos já estou acostumada”, esclarece.

Carlos Roberto possui uma banca de venda de refeição com açaí no mercado e afirma: tem cliente que reclama e que se afasta. “Mesmo assim, quem gosta vem mesmo e não tem problema nenhum. Temos clientes fiéis por aqui”, explicou dona Altarina da Silva, da banca ao lado.

Médio sai a R$ 15 e farinha a R$ 8 o quilo

Para quem compra apenas o litro de açaí nas ruas, o preço alto espanta. “Está absurdo, fora da realidade. Não entendo o porquê desse preço. Tantos investimentos na melhoria dos transportes e facilitação para quê? Continua sendo caro”, comenta a compradora Clara Souza.

Em alguns pontos, o preço do açaí do tipo médio está chegando a R$ 15. O litro da farinha de mandioca pode chegar até R$ 8, dependendo do lugar. Os valores não assustam a vendedora Vitória Feitosa: “Eu compro todos os dias. O preço é esse mesmo, eu gosto e tomo sempre, trabalho mais para comprar meu açaí”.

As pesquisas do Dieese/PA feitas no início de fevereiro já mostram novas altas no preço da farinha. em alguns locais o Kg da mesma já superou os R$ 8. Segundo a pesquisa, esse preço da farinha de mandioca em Belém e em todo o Estado são os maiores já verificados na história das pesquisas da cesta básica.



Veículo: Diário do Pará


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