Indústria tem poucos impactos negativos em função do desaquecimento da economia.
A indústria de alimentos é um dos setores com menores impactos negativos em função do desaquecimento da economia. Empresas mineiras até o momento estão sofrendo poucos reflexos da atual conjuntura econômica e devem fechar o ano com crescimento. Apesar de a previsão para 2009 não ser mais tão animadora, a previsão é de crescimento, ainda que menor do que os deste ano.
Na Vilma Alimentos, sediada em Contagem (RMBH), deve ser alcançado um crescimento de 18% no resultado de 2008 com relação ao ano anterior. A previsão é que a empresa alcance um faturamento de R$ 415 milhões frente os R$ 353 registrados em 2007. Segundo o vice-presidente de Vendas e Marketing, Cezar Tavares, mesmo com a crise a empresa superou as expectativas.
A previsão anterior era que o faturamento seria de R$ 400 milhões. Segundo ele, com a nova conjuntura mundial a empresa está se adequando a um perfil de consumo diferenciado. A tendência é que em momento de desaceleração econômica as pessoas passem a fazer compras em menores volumes e de maneira mais freqüente. Por causa disso, os supermercados de menor porte, mais próximo das residências dos consumidores, devem ser os mais procurados.
Em função disso, a indústria irá readequar o fornecimento de produtos para o pequeno e médio varejista. "A Vilma tem muitos anos de experiência e como no Brasil a ocorrência de crises é comum, operamos com uma gestão que permite uma flexibilidade maior. Nos adaptamos facilmente quando o cenário é alterado", destacou.
Otimismo - Tavares ressaltou que os sucessivos crescimentos alcançados nos últimos anos e também o previsto para 2009 é resultado de investimentos realizados na empresa. Segundo ele, para o próximo ano é esperado um incremento de pelo menos 10%, pois a empresa planeja uma expansão pelo menos 5% maior do que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
A General Mills, que produz as marcas de pão-de-queijo Forno de Minas e de massas Frescarini, com fábrica em Contagem, espera fechar 2008 com crescimento. De acordo com o gerente de Produtos Fernando Bellegarde, a empresa está fechando os dados sobre o resultado deste ano e não divulga o percentual de expansão.
No entanto, para o próximo ano as perspectivas continuam sendo positivas. "Não vamos parar de crescer, mesmo que os negócios sofram leve desaquecimento em 2009, ainda vamos fechar com faturamento maior do que no ano anterior", disse. Segundo o gerente, a empresa está trabalhando de maneira mais cautelosa, mas não haverá nenhuma mudança drástica em função da crise econômica mundial.
Na fábrica da RMBH atualmente estão trabalhando cerca de 340 funcionários e não há demissões previstas para os próximos meses. Todos os anos a empresa dá férias coletivas entre o Natal e o Réveillon e o calendário não será alterado em 2008. Bellegarde ressaltou que a partir de maio deste ano a unidade de Contagem passou a fabricar os produtos da marca Frescarini.
Para a implementação da linha foram aplicados cerca de R$ 5 milhões neste ano e, portanto, não há previsão de novos aportes para 2009. No entanto, com a valorização do dólar a exportação, que hoje fica entre 7% e 10% da produção, será ampliada a partir do próximo ano. Somente do pão de queijo a intenção é que a partir de janeiro o volume de embarques seja dobrado.
Veículo: Diário do Comércio - MG