Produtos mais caros são substituídos por itens com preços inferiores.
O impacto do pagamento do 13º salário somado às vendas para festas de fim de ano já está sendo sentido nos supermercados. No entanto, conforme os empresários do setor, diversos fatores, como as fortes chuvas e a substituição de produtos mais caros por similares com preços inferiores, travam um crescimento maior no período.
No Supermercados Bahamas, com 22 unidades distribuídas pela Zona da Mata mineira, o maior empecilho para a expansão dos negócios em dezembro tem sido as chuvas. A previsão era de incrementar as vendas em 25% na relação com o mesmo período do ano passado, porém a região está sendo castigada pelas tempestades, que já ocasionou o fechamento de uma unidade, a do município de Cataguases.
A meta de incremento nos negócios, conforme Nelson Júnior, gerente de Marketing do Bahamas, já está comprometida. "Nos preparamos para este crescimento, mas com o fechamento da loja e a diminuição no fluxo de clientes devido às chuvas será difícil encerrar o ano como gostaríamos. Nossa projeção foi, literalmente, por água abaixo", disse.
Em dezembro de 2007 o faturamento do Supermercados Bahamas foi de R$ 50 milhões. O tíquete médio este ano está em torno de R$ 38 e R$ 40, cerca de 5% a 6% maior que no ano passado.
Para o gerente, o adiantamento do 13º salário não tem mais o mesmo impacto nas vendas como ocorria há cerca de cinco anos. "Antes os recordes de vendas se sucediam ano a ano, acelerados pelo 13º, mas agora com os consumidores endividados com os empréstimos consignados a comercialização não é mais a mesma", observou Nelson Júnior.
No Supermerdo Prado, na região Oeste de Belo Horizonte, apesar da expectativa de vender mais que em dezembro de 2007, o planejamento foi revisto. "Desde o mês passado registramos menor saída de produtos com maior valor agregado, como vinhos e azeites. Este processo foi acentuado neste mês, o que prejudica as vendas", afirmou o proprietário do empreendimento, Gilson de Deus Lopes.
Cautela - Produtos tradicionais deste período como peru, nozes e castanha portuguesa, que normalmente garantem uma elevação no faturamento, "neste ano estão sendo trocados", afirmou Lopes.
De acordo com o empresário, o peru, por exemplo, teve baixa na procura e o consumidor está trocando o produto por um frango especial. "Toda essa turbulência no mercado deixou o cliente cauteloso, se esse cenário persistir o início do ano será ainda pior", afirmou.
Nas encomendas de cestas de Natal por empresas também foi registrada retração. "Empresas que sempre compraram 50 unidades em 2007, este ano reduziram para 20 e outras nem nos procuraram", revelou o proprietário. Ele acrescentou que a cesta também está mais magra e com produtos de menor valor. No comparativo com novembro as vendas deverão ser incrementadas em 15% e na comparação com dezembro de 2007 o crescimento será de 5%.
Veículo: Diário do Comércio - MG