O resultado das exportações do Amazonas para a Argentina vem caindo nos últimos três anos no primeiro mês do ano. Em 2013 janeiro registrou queda de 33,42% com US$ 14.508 milhões na comparação com US$ 21.790 milhões do mesmo mês de 2012. Também, houve queda em janeiro de 2011 com -23,63% em relação aos R$ 26.941 milhões registrados, conforme dados divulgados pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
A crise econômica e cambial na Argentina deverá afetar o resultado das exportações amazonenses no encerramento de 2013. Já que em 2012 houve queda 12,97% com os US$ 243.284 milhões, na comparação com 2011 que encerrou o período com montante de US$ 274.834, de acordo com dados divulgados pelo Mdic.
Segundo análise do assessor da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), Elilde Menezes, mesmo com o baixo impacto a crise no país vizinho preocupa o desempenho das exportações em Manaus. “A crise pela qual a Argentina passa certamente influenciará, não só no caso das exportações da Zona Franca de Manaus para aquele país, como de outros lugares também. Mas sem grandes reflexos na produção industrial do modelo”, diz Menezes.
A situação específica de comércio internacional de zonas aduaneiras especiais como é o caso da ZFM para a Argentina precisa de maior análise, de acordo com o assessor que lembra que a crise afetou as finanças da Argentina ao ponto de deixar de honrar com seus compromissos externos.
De acordo com o economista Francisco de Assis Mourão Junior, a Argentina é um grande parceiro da ZFM, importando artigos dos seguimentos de Eletroeletrônico, de Telefonia Móvel (aparelhos celular) e do setor de Duas Rodas. E, que o impacto da crise argentina pode comprometer o desempenho das exportações do município de Manaus, caso não busque outros mercados consumidores.
“Sempre encontramos alternativas em novos clientes, por termos qualidade nos produtos fabricados na Zona Franca, apesar dos entraves com o custo Brasil alto, a precariedade da logística de escoamento da produção e da burocracia no desembaraço aduaneiro que emperra o crescimento da Zona Franca de Manaus”, alerta Mourão Junior.
Ainda, sobre o reflexo no PIM (Pólo Industrial de Manaus), Menezes cita o setor de duas rodas. Apesar de ser o maior exportador para a Argentina, é pequena a participação no total de faturamento, sendo cerca de 10% da produção de motos destinada à exportação e uma fatia pequena é da Argentina.
“A exportação não é o grande ambiente de negócios do setor de duas rodas. Se considerarmos um mercado nacional que absorve até 90% da produção local, o restante é residual de exportação. Resolvida a questão de crédito para aquisição de motos o setor deve se normalizar”, analisou Menezes.
Veículo: Jornal do Commercio - AM