Iguatemi vai ao interior para dobrar área de venda

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A Iguatemi, empresa de shopping centers do Grupo Jereissati, confia que vai atingir a meta de dobrar sua área bruta locável (ABL) própria, em cinco anos, até 2015, com foco no interior de São Paulo. As cidades de Ribeirão Preto, Sorocaba e São José do Rio Preto recebem investimentos de R$ 912,2 milhões e a previsão é inaugurar os centros comerciais em setembro e outubro deste ano, e em outubro de 2014, respectivamente.

"O investimento em Jundiaí ainda precisamos confirmar, para 2014 ou 2015. Com esses quatro novos shoppings, aumentamos nosso portfólio para 17", diz o vice-presidente comercial da Iguatemi, Rodolpho Freitas.

O projeto em Ribeirão Preto, de R$ 259,5 milhões, está sendo financiado por crédito imobiliário do Bradesco (50%) e pelo BNDES (50%). Em Sorocaba, metade dos R$ 360,9 milhões aplicados está sendo bancada pelo BNDES e o restante por crédito imobiliário do Santander. E em São José do Rio Preto, o plano é de R$ 291,8 milhões - metade financiada com recursos provenientes de uma captação de debêntures (a empresa captou R$ 450 milhões em 17 de fevereiro). Os outros 50% devem vir de uma operação de certificado de recebíveis imobiliários (CRI), ainda não concluída.

Em novembro, a empresa havia informado que, desde a oferta inicial de ações (IPO), em 2007, seu tamanho mais do que dobrou. No fim de setembro, a Iguatemi somava 281 mil m2 de ABL própria. A meta para 2015 era chegar em 451 mil m2, considerando-se Jundiaí, que ainda precisa de confirmação. Em 2010, a companhia somava 237 mil m2.

A Iguatemi não está sozinha na estratégia de apostar no interior de São Paulo. A concorrente Multiplan, por exemplo, já inaugurou seu shopping em Jundiaí em outubro do ano passado. Segundo a associação do setor (Abrasce), estão previstos 47 shoppings novos para este ano. Desse total, 12 estão sendo construídos no Estado de São Paulo, quatro deles na capital. Para 2014, a Abrasce contabiliza 23 novos centros comerciais, sendo 6 em São Paulo - e apenas um deles na cidade de São Paulo.

Segundo Freitas, os shoppings que estão sendo construídos em Ribeirão, Sorocaba e Rio Preto já estão com 80% a 90% das lojas contratadas. Em Ribeirão, por exemplo, serão 200 lojas, sendo 50 marcas inéditas na região.

"Mais democráticas", e não de luxo, como Zara, Lacoste, Coach e Topshop são citadas por Freitas como exemplos de grifes que terão lojas no interior paulista. As marcas de luxo, que têm investido em São Paulo, Brasília e Rio, devem demorar um pouco mais para fazer um movimento em direção a outros mercados. "Vamos abrir cerca de mil lojas novas nos próximos anos", diz Freitas, considerando os shoppings em construção e as ampliações em andamento.

O interior paulista é visto pelo comando da Iguatemi, que tem nas regiões Sudeste e Sul sua área preferencial de atuação, como o mercado que apresenta "a maior demanda por shoppings" no país. E onde "a renda qualificada é maior do que a da capital", diz Freitas. O público alvo da companhia é aquele pertencente às classes A e B.

A lógica é investir em cidades que tenham no mínimo 500 mil habitantes e cujo entorno, num raio de 50 a 60 km, abrigue uma população entre 2 e 4 milhões.

Além dos projetos novos, a companhia também está ampliando o shopping Iguatemi em Campinas, com término previsto para março de 2014. Esta expansão segue-se a um aumento feito no shopping Galeria, que ganhou 42 novas lojas em abril do ano passado.

Ainda no interior paulista, segundo uma fonte próxima à Iguatemi, o shopping em São Carlos também está sendo ampliado, para receber lojas de grande porte, e com inauguração prevista para abril de 2014. A empresa também prospecta a Baixada Santista e São José dos Campos, no Vale do Paraíba. Freitas não comentou essas informações.

Na capital, na avenida Faria Lima, o Shopping Iguatemi - o primeiro do país - vai ganhar, entre março e abril, uma Livraria Cultura e uma Topshop numa área onde funcionava um cinema e que ficou fechada por mais de um ano.



Veículo: Valor Econômico



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