Desoneração da cesta básica começa a ser repassada em MG

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Setor no Estado inicia redução dos preços.


No prazo máximo de 10 dias o consumidor já deverá encontrar os produtos da cesta básica com preços menores nas gôndolas dos supermercados de Minas Gerais, segundo estimativas da Associação Mineira de Supermercados (Amis). Em alguns estabelecimentos do Estado, inclusive, a desoneração dos produtos, anunciada pelo governo federal na semana passada, já começou a ser repassada aos clientes.

Este é o caso do Supermercado Coelho Diniz, de Governador Valadares (Vale do Rio Doce). De acordo com um dos proprietários da rede, André Luiz Coelho Diniz, itens como óleo de soja e margarina já tiveram seus preços reduzidos nesta semana. Já as carnes sofrerão redução nos próximos dias.

"O repasse está sendo imediato, até mesmo em função do dinamismo do setor. A concorrência e o mercado é que ditam as regras e, se não houver o repasse dos descontos, perde-se em vendas", explica.

Na última sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff anunciou que o governo zerou os tributos federais que incidiam sobre a cesta básica de alimentos. O incentivo proposto foi estendido a produtos de higiene pessoal, limpeza e outros alimentos.

Assim, a desoneração de tributos inclui carnes (bovina, suína, aves e peixe), arroz, feijão, ovo, leite integral, café, açúcar, farinhas, pão, óleo, manteiga, frutas, legumes, sabonete, papel higiênico e pasta de dentes. Parte desses produtos já estava isenta de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e agora serão liberados da alíquota de 9,35% do Programa de Integração Social e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins).

Segundo Diniz, o incentivo foi recebido de forma bastante positiva pela empresa, até por ser reivindicada há algum tempo pelo setor. Ainda conforme o empresário, a expectativa é de que a desoneração dos produtos proporcione não só a redução dos gastos por parte dos consumidores, mas também aumento das vendas para os supermercados.

"Os produtos da cesta representam cerca de 20% do nosso faturamento. Com a redução dos valores é possível que as pessoas gastem o que sobrar com outros itens disponíveis em nossas lojas", estima.


Estoques - Já no Super Nosso, supermercado da capital mineira, os descontos ainda terão início. De acordo com diretor Comercial da rede, Rodolfo Nejm, a opção da empresa será de primeiro zerar os estoques para, à medida que novos produtos forem chegando, os preços irem reduzindo. "Acredito que dentro de um mês todas as mercadorias estarão com novos preços", diz.

Para Nejm, mesmo positiva, a medida não influenciará tanto nas vendas da rede, já que os produtos da cesta básica representam apenas 3% do faturamento total. Além disso, ele acredita que o consumidor não aumentará o consumo de produtos como arroz, feijão ou pasta de dentes, em função dos preços mais baixos. "As carnes sim poderão registrar um aumento, mas os demais itens não. O que vai ocorrer, de fato, é uma economia por parte da população", afirma.

Apesar das justificativas do diretor, o superintendente da Amis, Adilson Rodrigues, explica que os preços deverão ser atualizados o quanto antes pelas empresas, uma vez que o PIS/Cofins é pago sobre a venda dos itens e não sobre a compra. Já os produtos que sofrerão redução do IPI, como açúcar e sabonete, dependerão dos estoques. "O repasse já pode acontecer", garante.

Já em relação aos benefícios da desoneração para os supermercados, Rodrigues explica que para alguns serão maiores que para outros, dependendo do peso que os produtos da cesta representem para a empresa.

"Em uma loja com um mix mais concentrado em commodities e produtos tradicionais, essa representatividade pode chegar a 60%. Por outro lado, em uma unidade com itens mais variados, que atenda públicos de classes mais altas, pode cair para 20%", explica.

Outros estabelecimentos mineiros, como o Supermercado ABC, com lojas na região Centro-Oeste e o Bahamas, rede da Zona da Mata, ainda não definiram a estratégia de redução dos preços, no entanto, garantem o repasse dos descontos à população.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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