Consumidores veem pouca diferença na cesta básica

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Redução de preços ainda não emplacou nos supermercados


Por volta das 16h de ontem, quando o mundo voltava às atenções para a Basílica de São Pedro, a aposentada Tereza Cosenza cumpria seu ritual de toda  quarta-feira: ir a um supermercado de Porto Alegre para fazer compras. No momento em que o argentino Jorge Mario Bergoglio se tornava Francisco I, dona Tereza vasculhava os preços, na esperança de encontrar descontos. No entanto, ela diz que sequer notou diferenças. E essa foi a tônica em uma série de estabelecimentos de Porto Alegre. Na percepção dos consumidores, a redução dos preços de itens da cesta básica ainda não emplacou.

A carne, que a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) creditava como o item a inaugurar a série de deduções após a isenção de impostos federais, seguiu uma trajetória distinta. A entidade informava que teria modificação na terça-feira e, depois, repassou o prazo para ontem. Em uma loja do Nacional, não havia nenhuma alteração, e alguns cortes, caso do vazio, até subiram de preço. No Zaffari, tinha promoção em certas variedades, mas frango e suínos seguiam inalterados. Situação semelhante à do Rissul e do Asun, que anunciou retração de 10% na agulha e na paleta.

“Algumas redes já começaram a baixar produtos hoje (ontem), principalmente a carne. No entanto, ainda há dúvidas em relação ao aproveitamento ou não dos créditos de PIS e Cofins nos itens desonerados.  E isso impacta diretamente no desconto a ser dado”, justifica o diretor-executivo da Agas, Francisco Schmidt. O dirigente constata que, na medida em que as empresas vão renovando os estoques junto aos seus fornecedores, os descontos vão sendo repassados.

Mesmo assim, a entidade ratifica que, em até 15 dias, todos os itens beneficiados pela medida do governo federal terão a situação regularizada. Nesta quinta-feira, a Agas convocará uma reunião. A ideia é fazer um mapeamento de quem está praticando preços mais acessíveis aos clientes e debater as dúvidas comuns aos empresários do ramo.

Apesar das incertezas em relação ao aproveitamento dos créditos de PIS e Cofins, há redes que se anteciparam e começaram a fazer promoções não só na carne. É o caso do Asun, que ontem alterou valores no açúcar, café e óleo de soja. No local, a cesta básica com 19 itens, sem carne e artigos de higiene pessoal, caiu de R$ 64,90 a R$ 59,90. “Reduzimos os preços, em média, de 5% a 6%. E esperamos que as vendas aumentem na mesma proporção”, constata Dilson Martinez, gerente de um dos pontos da marca.

De um modo geral, os compradores se mantêm otimistas em relação aos valores a serem praticados pelas empresas. Mas, por outro lado, há quem mostre preocupação com a elevação em outros produtos. “Certas verduras e frutas estão mais caras. A cesta básica vai ficar mais barata, mas eu acredito que, no final das contas, não vai haver tanta diferença, pois outros produtos vão acabar aumentando de preço”, opina o estudante Felipe de Castilhos, que, ontem, passou por um supermercado da Capital.



Veículo: Jornal do Comércio - RS


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