O biscoito Globo, tradição nas praias do Rio, mantém a fórmula desde 1954. A embalagem também não mudou.
Na contramão das grandes indústrias do setor, que apostam na diversificação, os donos da padaria que faz o biscoito de polvilho no centro do Rio não planejam mudanças.
"Temos a mesma fórmula desde o início, não vemos motivo para mudar", afirma o gerente-geral Francisco Torrão. A versão light do produto também está descartada. "Nem pensar, não há como mexer muito no biscoito."
Torrão diz que já recebeu ofertas para abrir franquias, mas recusou. "Fazemos o produto artesanalmente, não queremos industrializar o biscoito, que irá perder as suas características."
O gerente afirma que não há preocupação com a sofisticação das indústrias de biscoito. "Não concorremos com eles, mas, sim, com produtos que são vendidos nas praias, como batatinhas e pipocas."
Segundo o gerente, o que preocupa realmente os fabricantes do biscoito Globo é o tempo. "Nossa venda é muito concentrada nas praias, assim como nos congestionamentos. Se chove, precisamos parar a produção."
A venda em outras cidades, como São Paulo, também está fora dos planos, apesar de o tradicional biscoito ter sido criado na capital paulista.
Em 1953, os irmãos Milton, Jaime e João Ponce aprenderam a fazer o biscoito com um primo no bairro do Ipiranga.
Veículo: Folha de S.Paulo