Preços do algodão e de energia preocupam

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Passada a fase de reestruturação operacional com venda de ativos nos Estados Unidos, a Springs Global, subsidiária de artigos para cama, mesa e banho da Coteminas, tem caminho livre para melhorar seu resultado em 2013. Os preços do algodão e da energia, no entanto, preocupam Josué Gomes da Silva, presidente da Coteminas.

Em teleconferência com analistas e investidores ontem, ele disse que a alta do algodão poderá afetar a performance da Springs este ano, mas o fenômeno não é "nada parecido" com o que ocorreu em 2011, período em que o preço da commodity alcançou patamares recordes.

Segundo Silva, uma parte considerável dos estoques de algodão está nas mãos do governo chinês. O fato da commodity ser alvo de operações no mercado financeiro pode trazer volatilidade no curto prazo. "Pode ocorrer descolamento dos fundamentos do mundo físico", diz. A Springs precisará comprar algodão na metade do ano.

O maior preço da energia no mercado spot também acende um sinal de alerta na companhia. De modo geral, no entanto, Silva está otimista em relação ao potencial de expansão de margens da Springs este ano.

O resultado também deve melhorar devido ao "fim das operações descontinuadas" (resultado de ativos colocados à venda). Em 2012, o impacto negativo dessas operações no balanço foi de R$ 135 milhões. A empresa teve prejuízo líquido anual de R$ 143,2 milhões, perda 65% menor que a de 2011.

Segundo Silva, a Springs demandará baixo investimento para crescer a partir de agora pois a expansão no varejo, com as bandeiras M.Martan, Artex e Casas Moysés, se dará por meio de franquias.

O varejo representou cerca de 22% da receita total da Springs no Brasil no ano passado e a Springs tem feito esforços para converter clientes multimarcas em seus franqueados monomarcas. Hoje, são 232 lojas e há previsão de abertura de mais 40 até dezembro.

A receita da operação de varejo cresceu 23,9% em 2012, acima da expansão da receita líquida total da Springs, que avançou 19,5%, para R$ 1,68 bilhão.

Para Silva, o melhor desempenho da economia doméstica poderá impulsionar as vendas este ano. Ele calcula que as vendas no mercado interno - cerca 60% da receita total da Springs - crescerão no patamar de "dois dígitos".



Veículo: Valor Econômico


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