Tecidos inteligentes podem ajudar indústria a combater as perdas

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A indústria têxtil brasileira, castigada nos últimos anos com a competição chinesa, deveria investir no desenvolvimento de produtos diferenciados, mesclando tecnologia e inovação, para tentar alavancar os negócios, na visão de especialistas. A proposta surge em momento importante para a moda nacional, quando a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Brasileira de Estilistas (Abest) assinaram um convênio, no valor de R$ 9,9 milhões, que serão destinados para a elaboração e promoção de estudos comerciais, com o objetivo de ampliar as exportações da indústria brasileira de moda.

Trata-se do Projeto +B, que almeja posicionar diversas marcas em mercados competitivos, como a China, os Estados Unidos e a França. O acordo, assinado ontem, terá duração de dois anos (2013-2015), e contará com a participação de 78 empresas. Se as expectativas para o setor de comércio e varejo são positivas, para a indústria - principalmente a de confecção - as novidades não são muito animadoras. Para Flávio Rocha, presidente da Riachuelo e do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), o aumento do custo de mão de obra afetou fortemente esse setor.

"A saída da indústria têxtil está em oferecer um produto que os chineses ainda não produzem", afirmou. "Além disso, existe um excesso regulatório e normativo, um emaranhado tributário que afeta a competitividade do Brasil, e atinge esse setor, o que contribui para a queda", ressaltou Rocha.

Para o executivo da Riachuelo, o envolvimento do estado nesse setor também oferece um viés positivo e negativo para o problema. "Vemos esforços de uma ronda do estado brasileiro tentando aumentar a competitividade, desonerando a folha. Por outro lado, uma outra banda do estado se mostra muito insensível, criando normas absurdas e embaraço. Isso é um fator de custo tão importante como a questão tributária, de juros e de câmbio", completou.

Marcos Lélis, coordenador de inteligência comercial e competitiva da Apex-Brasil, expõe uma opinião semelhante. "A indústria brasileira, principalmente a de tecido, precisa agregar valor ao produto que comercializa. Investir na produção de tecidos sintéticos, seria uma boa ideia", disse.

"No entanto, sabemos que isso não é fácil, pois o custo desse processo será muito alto, devido a elaboração de pesquisas e contratação de especialistas. Além disso, o processo de transição de um produto para outro é sempre complicado", finalizou.


Veículo: DCI


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