O mercado internacional do café seguiu descendo em termos de preço ao longo do mês de março, cenário observado também para o grão no Brasil, tanto para o arábica quanto para o conillon. As cotações seguem sentindo os efeitos de um quadro um pouco mais tranqüilo no momento nas relações de oferta e de demanda, bem como da posição discreta dos compradores globalmente.
No lado da demanda, o momento segue sendo de cautela, com o fantasma da crise econômica europeia aparecendo vez ou outra, o que mantém os movimentos de compra das grandes indústrias da mão-para-boca, com estoques curtos. O fato do Brasil ainda contar com boa parte da safra 2012 a vender e estar diante da colheita de uma outra safra vigorosa em 2013, mesmo sendo de ciclo baixo produtivo dentro da bienalidade cafeeira, mantém as cotações internacionais sob pressão para o arábica.
O que limita as perdas neste momento no mercado internacional, afora já estar precificada a relação um pouco mais tranqüila na oferta em relação à procura, são as notícias de amplos problemas com ferrugem nas lavouras de arábica da América Central, que devem afetar a região principalmente em relação à produção 2013/14.
Outro fator dito como de sustentação para os preços do arábica veio da pressão do setor produtivo brasileiro para que o governo eleve o preço mínimo do café e sinalize com programa de opções e de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor).
Mas, ao final de março, de forma frustrante, o governo apenas anunciou a prorrogação de financiamentos de estocagem dos produtores. De fato, isso dá fôlego ao cafeicultor para segurar a oferta, mas é pouco diante dos anseios do setor. Ficou para abril agora a possível elevação do preço mínimo para R$ 340,00 a saca no arábica, bem como programas de auxílio à comercialização.
No caso do conillon, ou robusta, as atenções globais continuam sobre o Vietnã, que enfrenta problemas com a falta de chuvas em regiões produtoras. As precipitações voltaram em muitas áreas e isso pressionou para baixo os preços do robusta em Londres.
Na Bolsa de Nova York, no balanço de março, o café arábica caiu de 143,20 centavos de dólar por libra-peso no fim de fevereiro para 137,15 cents no último pregão de março, queda de 4,2%. O robusta em Londres recuou 2,7%, caindo de US$ 2.108 a tonelada para US$ 2.051 a tonelada.
No mercado físico brasileiro, apesar da retração do produtor, os preços seguiram as perdas internacionais. A alta do dólar em março colaborou para a sustentação das cotações.
Veículo: Diário do Comércio - MG