San Marino já prevê recuperação neste ano

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O ano de 2012 não foi exatamente tranqüilo para a indústria de calçados masculinos San Marino. O primeiro semestre fraco acabou resultando em um ano que apenas empatou com o anterior. Nem mesmo o segundo semestre, normalmente aquecido pela proximidade do Natal, foi capaz de melhorar o resultado final. Segundo o administrador-geral da empresa, Maurício Borém, 2013 já apresenta números melhores. "Janeiro apresentou resultado melhor do que o mesmo mês em 2012. Já é possível prever uma recuperação para este ano. O objetivo da San Marino é alcançar entre 15% e 20% de aumento no faturamento (valores não divulgados)", explica Borém.

De acordo com o executivo, a receita para um ano mais tranqüilo é formada por uma gestão de custos bem feita e atenção permanente ao gosto dos consumidores. "O momento de euforia do consumidor brasileiro passou e ele agora está mais endividado e controlando mais suas compras. Atender seus desejos e necessidades é obrigação da empresa, mas isso tem que ser feito com qualidade e a preços competitivos", afirma o administrador.

Para conseguir o que ele chama de "fórmula mágica", investimento em tecnologia e inovação é imprescindível. Minimização dos desperdícios, trabalhar com capital próprio e ter uma política para evitar a inadimplência também são apontadas como ações fundamentais. "Além disso, para agradar a esse público cada vez mais exigente e consciente, devemos cuidar de aspectos como a responsabilidade social e ambiental", aponta.

A empresa faz dois lançamentos anuais. O maior no primeiro semestre e outro complementar na segunda metade do ano. "O segmento de sapatos masculinos tem uma dinâmica diferente do segmento feminino. Os lançamentos são mais concentrados e temos um público atento à tecnologia." A maior aposta da empresa para este ano é um sapatênis, que será lançado até o final de abril, com palmilha tecnológica, com ph compatível com a pele humana, que promete ação antibacteriana e regular a umidade dos pés. O esforço da empresa é atrair também os consumidores mais jovens. "Temos uma imagem muito tradicional e querida no Estado. Recebemos muitos relatos de senhores que contam que usam nossos sapatos há 30 ou 40 anos. Mas queremos que o público saiba que também temos produtos para os jovens."

A indústria, sediada em Belo Horizonte, transferiu a produção para Franca, no estado de São Paulo, em 2008. "Lamentamos ter tirado a produção de Minas, mas Franca oferece condições muito melhores, inclusive com mão de obra mais qualificada. Hoje trabalhamos com uma empresa parceira com design exclusivo nosso. Para a San Marino resulta em diminuição de gastos e, para a parceira, produção permanente", completa.

Apesar de constantemente consultada sobre a implantação de um plano de franquias ou a instalação de lojas próprias e o avanço sobre o mercado externo, a empresa, por enquanto descarta a possibilidade. "O Brasil é muito grande e temos muito a explorar. A ordem atual é manter os pés no chão para garantir um crescimento sólido. Queremos valorizar as redes parceiras para estarmos prontos para a concorrência chinesa que tende a aumentar. Por enquanto, os asiáticos trabalham com produtos sintéticos mas se resolverem atacar também o setor de calçados de couro teremos um grande desafio pela frente", alerta.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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