Maria Alice Sad: reconhecimento importante do nosso trabalho na fazenda
Os produtores mineiros de café têm investido, cada vez mais, em meios que diferenciem o produto no mercado, que ampliem a qualidade da produção e também no valor pago pela saca. Esses constantes investimentos, que são feitos desde a maior capacitação da mão de obra até em soluções naturais de combate às pragas que acometem a cultura, têm sido reconhecidos pelo mercado consumidor.
Uma das unidades cafeeiras que vem obtendo resultados positivos é a Fazenda dos Patos, localizada em Serra do Salitre, na região do Alto Paranaíba. A unidade foi a vencedora nacional, na categoria Agronegócios, do Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas (MPE Brasil). A premiação é promovida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Movimento Brasil Competitivo (MBC), Gerdau e Fundação Nacional da Qualidade (FNQ).
Maria Alice de Paiva Rezende Sad, uma das responsáveis pela Fazenda dos Patos e filha do proprietário Durleno Barbosa de Rezende, diz que a premiação destaca as melhores práticas de gestão de micro e pequenas empresas do Brasil. " um reconhecimento importante do nosso trabalho, desde a fundação da fazenda priorizamos a melhoria da gestão e das condições de produção, valorizando as melhores praticas e a preservação do meio ambiente", enfatiza.
Segundo Maria Alice, a fazenda é especializada na produção de cafés especiais, a unidade atua de forma inovadora na produção do grão, buscando a implantação de processos sustentáveis para garantir a entrega de um produto final de qualidade, e dentro das regras de preservação do meio ambiente.
Natural - Dentre as ações desenvolvidas na fazenda, destaque para o controle natural das pragas que acometem a produção de café. De acordo com Maria Alice, a fazenda utiliza cada vez menos herbicidas na produção, o combate é feito com a preservação dos inimigos naturais. O resultado é um café de alta qualidade e sem resíduos químicos. "Com a redução do uso de herbicidas também conseguimos reduzir os custos de produção e agregar valor à saca do café. O tratamento diferenciado dos cafezais é uma ação bem valorizada nos mercados interno e externo", observa.
Além disso, a área de preservação ambiental (APP) e as reservas da fazenda são delimitadas e protegidas. E parte da vegetação nativa foi replantada. A fazenda realiza coleta seletiva e reaproveita toda a água do beneficiamento do grão na própria lavoura.
Outra ação que contribuiu para a conquista do prêmio foi a participação no Projeto Educampo, desenvolvido pelo Sebrae Minas e que prioriza a capacitação dos envolvidos na produção do café. Segundo Maria Alice, os funcionários e proprietários da unidade passam por diversos treinamentos ao longo do ano, que têm o objetivo de aprimorar constantemente a gestão da fazenda. "Com a melhoria da gestão e a maior capacitação dos funcionários, os recursos e insumos são melhores utilizados, o que também contribui para a maior competitividade do café produzido", ressalta.
Segundo Maria Alice, os investimentos em certificações também são constantes. A fazenda possui documentos emitidos por diferentes entidades referentes à preocupação ambiental, como o selo Rainforest e o UTZ.
Por ano, a Fazenda dos Patos produz em média 6 mil sacas de café, que tem como principais destinos os mercados europeus e norte-americano. Devido às certificações e a qualidade diferenciada, os preços pagos pelo produto sempre estão acima das cotações dos cafés "normais", podendo ser negociados com diferenças que superam R$ 50 a saca.
A produção da safra 2013 deve ser um pouco menor, isso pelo período de bienalidade negativa da cultura. Até o momento, a queda de preços registrada na cotação do café não afetou os rendimentos da unidade. A venda antecipada de 40% da safra foi feita a preços mais altos que os atuais, sendo suficiente para cobrir os custos de produção e dar condições de segurar o restante dos grãos à espera de preços melhores.
Veículo: Diário do Comércio - MG