Negociador vem ao Brasil

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Pequim pretende discutir barreira aos produtos chineses.

Pequim - Preocupado com o aumento das medidas brasileiras de defesa comercial contra suas exportações, o governo chinês decidiu enviar um negociador ao Brasil para discutir o assunto. Zhong Shan, vice-ministro de Comércio Exterior, deve se reunir na próxima sexta-feira com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. O Brasil foi um dos 21 países que adotaram medidas de proteção contra importação desleal de produtos chineses no ano passado.

Um balanço do ministério de Comércio chinês mostra que, em 2012, foram abertos 77 processos de defesa comercial (antidumping e salvaguardas contra importações subsidiadas), voltadaos a produtos do país, um aumento de 11,6% em relação a 2011.

Do total, 13 dos processos partiram do Brasil. A China é, desde 2009, o principal parceiro comercial do Brasil. No ano passado, o país asiático tornou-se a maior potência comercial do planeta, deixando os EUA para trás pela primeira vez.

A aceleração foi acompanhada de um aumento nas disputas comerciais, principalmente por parte de países em desenvolvimento. Segundo o balanço do ministério chinês, 70% das investigações contra produtos do país em 2012 foram abertas por países emergentes.

"O comércio da China com economias emergentes cresceu rapidamente e nós vamos continuar focando nesses mercados", disse Yao Jian, porta-voz do ministério do Comércio. "Mas o crescente número de investigações é um novo desafio para a cooperação da China com essas economias".

Tendência - Song Heping, do departamento de Comércio Justo do ministério, disse que o crescimento das exportações chinesas num bom ritmo, em meio ao enfraquecimento da demanda nas grandes economias, tornou a China "um alvo fácil" de práticas protecionistas. Em muitos casos, acrescentou, medidas classificadas de defesa comercial são politicamente motivadas.

O começo deste ano mostra que a tendência se acelerou. No primeiro trimestre de 2013 a China foi alvo de 22 casos de investigação comercial, um aumento de 22,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com o balanço do ministério, o comércio exterior da China atingiu US$ 3,87 trilhões em 2012, quando manteve-se como o maior exportador de bens do mundo e foi o segundo maior importador global. (FP)



Veículo: Diário do COmércio - MG


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