Brasília - As exportações de milho, carnes e do setor sucroalcooleiro foram o destaque da balança comercial do agronegócio no primeiro trimestre. Mesmo com o fraco desempenho do complexo soja, cujos embarques esbarram em dificuldades logísticas para escoamento da safra, as exportações do agronegócio de janeiro a março deste ano cresceram 6% em relação ao mesmo período do ano passado e atingiram US$ 20,57 bilhões.
O agronegócio registrou superávit US$ 16,292 bilhões, com importações de US$ 4,276 bilhões (-1,1%), mas o saldo positivo foi insuficiente para cobrir o déficit de US$ 21,443 bilhões para os demais setores da economia, o que determinou déficit de US$ 5,151 bilhões na balança comercial brasileira no primeiro trimestre.
O milho apresentou o melhor desempenho no período, com crescimento de 418,7% no volume embarcado (para 7,27 milhões de toneladas) e aumento de 464,3% na receita (para US$ 2,069 bilhões). O preço médio do grão no período cresceu 8,8% e ficou em US$ 285/tonelada. A participação do milho na receita das exportações do agronegócio passou de 2% no primeiro trimestre do ano passado para 11% de janeiro a março deste ano.
Outro setor que teve crescimento expressivo foi o sucroalcooleiro, cujas exportações cresceram 73,2% em volume (para 6,524 milhões de toneladas) e 41,2% em receita (para US$ 3,295 bilhões). A participação do setor evoluiu de 12% para 17% no comparativos anual de primeiros trimestres.
Os embarques de etanol cresceram 154,6% (para 507 mil toneladas) e a receita aumentou 108% (para US$ 418 milhões). As exportações de açúcar cresceram 68,7% em volume (para 6,015 milhões de toneladas) e a receita 35% (para US$ 2,876 bilhões).
Carnes - O complexo carnes assumiu a liderança das exportações do agronegócio neste início de ano, tendo participação praticamente estável, com aumento de 1 ponto percentual, para 20%.
O volume de todas as carnes exportadas no primeiro trimestre atingiu 1,427 milhão de toneladas, em queda de 0,7% ante o mesmo período do ano passado. A receita cresceu 7,7% e atingiu US$ 3,891 bilhões, graças ao crescimento de 8,5% no preço médio, que ficou em US$ 2,727/tonelada.
A boa performance das exportações de carne bovina garantiu os resultados positivos do setor. Segundo o Ministério da Agricultura, os embarques de carne bovina cresceram 26,4% e alcançaram 326 mil toneladas, enquanto a receita aumentou 19,7%, para US$ 1,459 bilhão.
Na carne de frango houve queda de 7,9% nos embarques (para 859 mil toneladas), mas a receita aumentou 2,6% (para US$ 1,809 bilhão), devido à alta de 11,3% no preço médio. A carne suína registrou queda de 2,5% no volume exportado (para 119 mil toneladas) e aumento de 1,2% na receita (para US$ 317 milhões). (AE)
Veículo: Diário do COmércio - MG