Em um momento em que se questiona por que os preços de produtos e alimentos são tão altos no Brasil, um debate sobre protecionismo apimentou a manhã de ontem no Fórum da Liberdade, realizado na PUCRS.
Conforme Hélio Beltrão, presidente do Instituto Mises Brasil, as restrições burocráticas ou tributárias a produtos trazidos de fora aumentam o valor de bens duráveis, alimentos e eletroeletrônicos.
O resultado é que o brasileiro desembolsa três vezes mais do que um americano para comprar um automóvel ou um tablet, por exemplo, e fica mais distante de mercadorias com alta tecnologia.
– O Brasil é o país com mais barreiras comerciais entre o G-20 (grupo formado pelas 20 economias mais fortes do planeta), e proporcionalmente (ao tamanho da economia) o que menos faz importações no mundo, conforme o Banco Mundial – afirmou Beltrão.
Randy Simmons, presidente do departamento de Ciência Política na Universidade Estadual de Utah, EUA, lembrou que o protecionismo não é exclusividade do Brasil, embora tenha destacado o país na 85ª colocação no ranking dos mais abertos no Fórum Econômico Mundial, atrás de todos os emergentes.
– O governo brasileiro resolveu que vocês iam ser pobres – afirmou, seguido de aplausos efusivos da plateia.
Para descontrair, Simmons brincou, ao mostrar slides em português, que se alguma coisa não fizer muito sentido, “a culpa é do Google Translator, não minha”.
O contraponto do painel ficou por conta de Jorge Ávila, presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Conforme Ávila, o governo brasileiro está derrubando uma cultura de que a indústria brasileira apenas sobreviveria sob proteção.
Entretanto, Ávila afirmou que alguns setores podem ser resguardados da concorrência dos importados até que ganhem força para competir globalmente. Citou o plano Brasil Maior, do governo federal, como uma tentativa de modernizar a indústria nacional com estímulos à pesquisa e ao desenvolvimento.
Veículo: Zero Hora - RS